terça-feira, 20 de julho de 2010

5ª resposta ao meu primo Luis Bernardo


Meu Caro Luis Bernardo,

As tuas quinta e sexta cartas tão curiosas que foram tratando de personagens de outros tempos. Quando for oportuno gostaria que me falasses de duas outras figuras terrenas mais recentes que tanto deixaram marcas entre nós, para uns a imagem de grande qualidade pela obra feita e para outros de luta e oposição. Refiro-me a Salazar e a Álvaro Cunhal.

A tua sétima carta mereceu uma grande reflexão da minha parte e nas férias que vou começar dentro de 10 dias, tentarei comentar o seu conteúdo.

Ando cansado e deprimido pelo que se vai passando neste nosso país, e notarás que o escrevo com letra pequena, pois é a sensação que me dá: de derrota, de desânimo em relação ao futuro, da menoridade dos nossos dirigentes e do desaparecimento, espero que temporário, de tudo quanto com esforço construímos durante séculos.

Bem sei que muitos erros já vêm do passado, talvez até menos dos responsáveis, fossem eles monarcas ou políticos, e muito mais das pessoas, como um povo com características “desorganizadas”: umas vezes gloriosos e com uma vocação universal, outras pequeninos na ambição, no esforço de superar as crises e sem visão de grandeza.

Claro que estás longe de tudo isto, mas deixou-me melancólico esta tua descrição de paz e tranquilidade aliada a uma acção que ocupa o tempo, o tal que não é igual ao da contagem terrena.

Um abraço amigo e exausto, mas preparado para não desistir.

Manuel

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