domingo, 28 de janeiro de 2024

O papel dos Avós, mesmo mais novos e com um espírito moderno


 

 

 Apeteceu-me hoje falar sobre o tema acima, que deu o título a este texto.

Esta é a parede de fundo do meu actual escritório, com o retrato do meu Avô paterno. Também tenho um quadro do meu Avô materno. Adorava os dois, porque gostavam dos netos de uma forma cúmplice e amiga. Eram generosos, sem ser para nos "comprar", adivinhavam muitas vezes aquilo que nos apetecia sem exagerar, iam conosco ( somos sete irmãos e irmãs, no total) a museus, ao Jardim Zoológico e era uma visita completa e em cada jaula ou lago ou terrenos sólidos, havia sempre uma história a propósito que nos encantava e nos ficava ficar em silêncio até ao fim, e depois vinham perguntas sem cessar. Era mais o meu Avô materno, que umas vezes inventava, e outras eram episódios verdadeiros.

Até na secção dos pássaros, ficávamos de boca aberta pela descrição que nos chamava a atenção para cada animal, as cores, os tamanhos, o que faziam, como se alimentavam, etc

O que mais gostávamos eram os elefantes, os jacarés, os hipopótamos, os "primos" ( os macacos), os leões e tigres. Há em cima, uma fotografia dos meus Trisavós, na Ìndia, num elefante a caçar tigres e leopardos. O PAN, nunca me deixará ser militante...ahahaahahh

Mas quando eu, o mais velho, me punha a conversar com ambos, claro em cada uma das suas casas, aonde íamos muitas vezes e com enorme prazer, pois comía-se muito bem e as Avós eram também amorosas e gostavam muito de nós.

Já estão a ver como, os nossos Pais foram um casal divertido, com muita qualidade e inteligentes e se completavam, tinham muitos amigos e jogavam desportos (ténis) e o meu Pai para além de voleyball e futebol, remava, etc....isto antes de nós nascermos, claro...

Era na zona do Estoril e Cascais e nas praias respectivas, que havia grupos de amigos deles, e que não paravam um minuto.

Nós Filhos, somos o resíduo dessa felicidade permanente, óbviamente que a Mãe era quem mandava , mas com amor e respeito ao Pai, que tinha assuntos da sua própria esfera e a Mãe nem se metia nem o contrariava.

Por isso, mesmo com momentos das nossas vidas que foram e são difícéis, mantemos uma paz, uma tranquilidade e estabillidade que nos faz aceitar as vicissitudes, com essa herança dos nossos antecessores. É como se se pudesse dizer que à superfície somos iguais a toda a gente, com tristezas, doenças, sofrimento mas no nosso interior mantemos um equilíbrio e felicidade de cujas forças vamos buscar a várias gerações. Não como pessoas especiais e diferentes de muitos outros, mas no nosso caso, tivémos a sorte de nascer nesta Família.

Voltando a mim e ser Avô, de oito netos que adoro bem como os meus irmãos e irmãs que também têm muitos filhos, sinto e transmito uma dualidade em esperar que os meus netos saibam o limite da boa-educação e respeito ( são quase todos muito novos) e já são impecáveis, mas ao mesmo tempo sintam uma cumplicidade e afecto em que quando já têm uma idade mais adulta ( o meu herdeiro, é o mais velho e fez 12 anos) as nossas conversas são com o respeito da opinião de cada um e nos casos dos Avôs, a experiência da vida presume-se, mas nada há como ouvir dos netos os sinais bem claros, de uma nova geração com hábitos totalmente diferentes e tentar fazer introduzir nas cabeças deles uma parte agradável do que foi  a nossa infância, com a idade deles, e perceber também o que será o futuro.

Tudo isto, com uma dedicação e amor, como aconteceu quando os meus Avôs morreram. Este do retrato, teve um AVC e eu fui chamado já homem, ao mesmo tempo que o meu Pai, médico. Cheguei primeiro, com o coração apertado e chorando no caminho, com a ideia de o perder. 

Ainda parecia que ouvia na cama deitado em casa, o que eu lhe dizia, pois fazia uns sons, e eu dizia em voz alta : -Avô, não morra, não nos deixe, que nós o adoramos.....( ao escrever isto correm-me as lágrimas pela cara).

E muito tenho para falar com os meus netos, mas nunca se sabe quanto tempo, cá ficarei na terra.

Tenho um Arquivo de Família muito grande, que, claro, deixarei, mas hoje em dia vendem-se os livros (tenho 4.000 em minha casa e muitos papéis soltos) ao kg, e espero que vários dos meus netos e netas tenham alguma curiosidade de ver para trás o que contribuiu para a felicidade, que nesta geração ainda vive e permanece, entre nós irmãos, que nos ajudamos e amamos uns aos outros.

Tenho a certeza que outros meus Amigos/as têm vidas também com passados exemplares e interessantes e por isso este texto serve como um incentivo para transmitirem aos seus netos.


sábado, 20 de janeiro de 2024

Conversas entre Amigos


 Conversas entre Amigos


As famílias portuguesas, não são muito felizes.

Não me refiro à falta de dinheiro, emprego, incerteza quanto ao futuro, algumas e não tão poucas assim, vivem a pobreza.

Não se pode dissociar os aspectos sociais, políticos e de desiquilíbrio emocional da vida interior de cada membro de uma família.

As relações entre cônjuges, pais e filhos, idosos de cada agregado familiar podem tornar a vida um pesadelo.

Como é triste ver pais e avós serem ignorados, pouco visitados e compartilharem as suas ideias pois a maioria trabalhou, criou a sua personalidade e riqueza intelectual. É injusto não querer ouvir, trocar ideias ao mesmo nível de intelecto entre mais velhos e mais novos.

A IA ou AI ( Inteligência artificial) já vai avançando com muita rapidez: um dia destes, todos ou quase todos perdem os empregos e ficamos todos debaixo do pensamento de robôts, plataformas de decisões, que julgamos agirem como nós os programámos, mas cada vez mais, se ouve e lê que se tornam autónomos.

Voltando à realidade actual talvez não seja tão mau estar sózinho, mas abandonado e isolado é doloroso e a maior parte dos frequentadores dos lares de idosos, é disso que se queixam.

Uma vez no desempenho das minhas funções de Presidente de uma empresa internacional de grande dimensão fui visitar com os meus Directores o "Lar do Comércio" que albergava cerca de 4.000 reformados ou idosos.

Em conversa com o gerente, enquanto os meus colaboradores tratavam para o que vinham, ele disse-me:
- a maioria dos 4.000 residentes NÃO eram visitados senão de 5 em 5 anos.
- quando morriam, os filhos ou outros familiares, telefonavam a saber se teriam deixado algum dinheiro escondido no colchão;
- a pior das situações era quando telefonavam ao gerente a perguntar quanto custava uma coroa de flores. Pediam o NIB para transferirem o pagamento e ele deixar as flores no enterro, pois não iam.

O passado não interessa, e deve-se perdoar para que o futuro, muitas vezes curto, deixe uma memória de felicidade.

Temos que fazer um esforço para termos as famílias unidas e felizes, pois aqui em Portugal o que se avizinha é uma época de incertidão e todos nós temos que estar preparados para superar o futuro breve, de um país pobre.

Não chega o sol, mas há tanta, tanta coisa a fazer do zero ou modificar que só seremos felizes se conjugarmos a união interior ao esforço progressivo de sobreviver.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

O futuro próximo


 As notícias diárias de um mundo que se aproxima de um eventual terceiro conflito mundial e as eleições em Portugal

Falemos do nosso País e das próximas eleições e dos resultados desastrosos que se vêem aproximar.

Falemos dos partidos que concorrem:

PS - vai, seguramente, baixar os resultados e nunca terá uma maioria absoluta. Mas poderá ganhar ao PSD e suas alianças.
Nota: todos os políticos que começaram depois do 25 de Abril, a maioria era inteligente, competentes desde o Cunhal, Soares, Sá Carneiro, Diogo Freitas do Amaral, Cavaco, Pedro Passos Coelho, Paulo Portas, etc

Hoje são de uma qualificação muita baixa desde o Chega ao PCP e à esquerda democrática.

Dito isto o Pedro Nuno Santos, é francamente de esquerda e com pouca experiência governativa e com erros cometidos, no entanto assertivo e para ganhar as eleições prometerá onde poderá ir buscar os fundos para o cumprimento das promessas extensas e caras à maioria do povo empobrecido. Creio que muita gente não acreditará no fundo do que ele promete disparadamente!

É um perigo só por ser do PS mas não tem nem a esperteza do Costa nem o dom da oratória de nenhum.

Nota 2: vai haver muita abstenção na votação em geral e para todos os partidos, creio.

PSD: um líder fraco, sem carisma e que responde, quando o faz, com uma argumentação complicada e ténue ao PNS. Não o vejo ter argumentos sólidos e rápidos pondo um ponto final em temas mesquinhos e que nada interessam aos eleitores e passar de imediato a concentrar-se em propostas que PODE cumprir sem promessas vãs, em que o povo não acredita igualmente.

CDS: não existe e negociou uns lugares no Parlamento para satisfazer a vaidade de Nuno Melo.

Achei uma péssima decisão desta coligação pré-eleitoral.
Calculo que se não fosse assim teria uns 1% por si só.
Vejo difícil a coabitação dos 2 líderes não só porque têm conceitos diferentes da governação como o CDS apouca Luís Montenegro, que se sentirá forçado a perder importância na coligação parlamentar. 

É uma diminuição inacreditável da importância nacional de toda a vida do PSD.

BE : Mariana Mortágua e outros/as são inteligentes e perspicazes ao nível da esquerda radical. Sonham com uma nova "geringonça" mas têm criticado tanto PNS que se eventualmente acabarem por fazer uma nova "geringonça", PNS é nervoso e com muito menos sensibilidade e esperteza do que Costa, pelo que se poderá adivinhar uma relação mais tormentosa e quezilenta. Um

PCP : "old-fashioned" felizmente, com um líder átono e sem que atraia mais eleitores. Estará interessado numa nova "geringonça" mas só com votos no Parlamento e sem nenhum membro no Governo.

PAN: os cães, gatos e lambisgóias e os seus donos agradecerão a defesa que considero legítima dos "pets". Não estou a vê-la interessar-se por texugos que se comiam em Macau.

LIVRE : talvez mais uns quantos colegas, para não ser filho único.

CHEGA: o André Ventura é inteligente, radical e faz muito barulho. Como sempre aprendi, as pessoas educadas, não devem gritar. Isto é um detalhe que tem vindo a melhorar.

O problema principal é que não tem nomes, parecidos com alguns como acima referi do passado democrático, que possam ser de DIREITA, mesmo mais radical, mas adaptada à realidade portuguesa, que apresentem à frente dos diferentes lugares eleitorais.

Creio que poderá aumentar o número de deputados, mas nem pensar como o CHEGA e o Ventura desejam e prevêm.

Muito mais haveria para dizer, mas saliento que temo que haja um valor alto de abstenção, pouco voto útil e uma difícil solução de governação estável, mesmo do lado do PS ou da AD.

Por outro lado, com a crise económica e financeira  graves e profundas que existem em Portugal, na Europa e no futuro o que se passará nos USA, "promessas, leva-as o vento".


quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Mudar de cabeça


 Apetece mudar de identidade e de cabeça quando o mundo corre mal e tem efeitos negativos para nós próprios.

Estou a ouvir uma música clássica serena e ao fim do dia de inúmeras tarefas, sabe bem.

Tenho lido os e-mails que falam de mim nas leituras astrológicas "moon talk" e acertam na maioria das minhas características desde que eu dê a data de nascimento e a hora, definindo assim as constelações que estavam nessa data. Nada de novo, pois eu já me conheço a mim próprio desde há longos anos e sei as minhas qualidades e defeitos. 

Também tenho lido um aspecto que desconhecia, apesar de já ter ouvido falar: numerologia. Muito interessante e completo pois os números "falam" e descrevem em detalhe cada um.

Admitindo que as pessoas podem ter várias vidas ( artigo escrito abaixo sobre um livro que estou a ler) tudo isto e o universo são uma gigantesca ignorância que se aplica a quase todos nós.

No entanto é relevante ir ouvindo, lendo e ver tudo o que os cientistas credenciados sabem, fruto de viagens para fora da terra e têm-se actualizado enormemente, ainda que com a pequenez da nossa dimensão terrestre.

No fundo quando digo que apetece mudar de identidade e cabeça, é no sentido de já ter esgotado aquilo que sei de mim e que se torna monótono e pré-identificativo.

Gostaria de ser um investigador científico do futuro e ter uma cabeça menos ligada às coisas taquenhas do dia-a-dia, tal como a política, guerras, mortes, vidas, de milhões de pessoas que atabafam a liberdade de pensar e sentirmo-nos como se estivéssemos a ser pulverizados por uma solução refrescante que nos protegia como uma carapaça das coisas banais.

O segundo desiderato - mudar de cabeça - refiro-me mais a fazer parte de um grupo de pessoas que não seguissem as vontades dos homens dos países em que vivemos, com políticas tontas e pouco saborosas, rotineiras, problemáticas, sem êxito e afectando a paz nas nossas vidas pessoais e familiares, de parentes e amigos e tornar-se um cansaço de a tudo acorrer e de muitas vezes os problemas não serem resolvidos.

Este tal "mundo" com outra identidade e cabeça teria como princípios básicos e quase únicos e totais:

- o amor

- a paz e tranquilidade de sermos e estarmos 

- e uma convivência feliz e completa.

Os detalhes ser-nos-iam assegurados por seres inteligentes que saberiam como tudo preparar.

Esta reflexão deu-me alguma paz e sossego e bem sei que sou um creativo e imaginativo, mas faço parte das pessoas que conseguem algumas vezes "pairar por cima das nuvens" e verem a pequenez das disputas e infelicidade entre os homens, e a vulgaridade do que se passa na vida.


sábado, 6 de janeiro de 2024

O discurso de despedida de Costa

O discurso de despedida de Costa

Foi sem categoria literária, manipolou bastantes obras públicas do Governo, inexistentes e quis deixar registado o seu mandato longo como irrepreensível e produtivo para prejudicar Pedro Nuno Santos, mais novo e inexperiente, mas inteligente.

A frase antiga de "se encontrares uma cobra ou um indiano" mata o indiano, pode ser insultuosa, mas verdadeira a maior parte das vezes.

Costa sempre revelou inteligência e competência nas suas qualidades pessoais, mas controlava todo o Governo. Não os deixava ter autonomia, ainda que "to pretend".

Está ciumento de deixar o poder para outro mais novo e mais independente e assertivo, com uma espinha socialista firme e mais de esquerda.

Vamos ver como Pedro Nuno Santos lidera o PS. De certeza de outra maneira mais moderna e sem precisar de Costa.

Os que saem ou encontram uma ocupacão que os preencha, ou tornam-se  requentados, if applicable.

Costa se for para o estrangeiro num cargo oficial, alivia Pedro Nuno Santos e aos não-socialistas, como eu.

Foi um discurso de despedida sem a classe de um Lord Britânico!