sexta-feira, 11 de março de 2011

Perguntam-me o que fazer depois do anúncio de novas medidas do PEC.


Perguntam-me o que fazer depois do anúncio de novas medidas do PEC.

Eu fui sempre privado, a não ser quando fiz a tropa já depois do 25 de Abril.

Tirei como vantagem da minha passagem pela função pública ter descontado e continuar a descontar... Euros 11,34 por ano para o Cofre de Previdência do Ministério das Finanças, para…hélas…ter o meu enterro TODO pago!

Voltando ao sério:

1. Foi hoje anunciado um novo PEC com ainda mais restrições;

2. A dívida de Portugal, pública e privada, é gigantesca;

3. Durante os próximos decénios a vida vai ser um “inferno” em Portugal;

4. Refiro-me também à parte intangível da nossa personalidade, ou seja o acesso à cultura, às artes, à frequência de espectáculos, à compra de livros e de música, o gosto pela culinária através da ida a restaurantes, as viagens ao exterior…tudo isto e muito mais vai ser limitado, porque pura e simplesmente no “balanço” quer do lado do “activo” quer do “passivo” não vai haver fundos! Ou seja não vai haver dinheiro suficiente para “luxos”…santo Deus!

5. Para não falar já de familiares e amigos e jovens no desemprego…TOTAL ou seja passam-se meses e anos sem encontrar emprego para as habilitações profissionais e também para biscates;

6. a opção é simples: ficar ou partir.

7. ficar significa perder o sentido de rasgar horizontes e de realizar sonhos de vidas preenchidas, com altos e baixos pois não não há paraísos, mas chegar a uma velhice futura com hipóteses de sobrevivência digna em todos os sentidos, físico, material e espiritual…a chamada plenitude.

8. partir, (com reflexão e precauções) não trocando o parco certo pelo incerto, mas quand-même PARTIR, ter a coragem de decidir OUSAR começar é ver a vida acontecer.

9. Há vários destinos para todos os gostos que eu conheço bem, “atesto e certifico pela minha honra” valer a pena : a China, a Índia, o Japão, o Brasil, os EUA, Canadá, Suécia, Dinamarca, Holanda, talvez Angola ou Moçambique, entre outros, aonde

SÓ COM:

- vontade de trabalhar muito, mesmo à séria, mas com compensações de retorno de todo o tipo

- parceiros locais sérios e profissionais

- naturalmente, com competência naquilo que sabemos fazer

- espírito aventureiro e de risco como o dos nossos antepassados

- humildade e abertura de espírito a outras culturas e com a certeza de que nos deveremos considerar “hóspedes” de quem nos acolhe, sem arrogâncias

PODEREMOS VENCER.

Finalmente, a alternativa de ficar e lutar seja nos empregos actuais ( na Função Pública ou na iniciativa privada) seja na política…a resposta pura, dura e fria esteja no poder quem estiver, é a INCONTORNÀVEL falta de meios que afligirá Portugal durante as próximas décadas. No way!

A Função Pública no meio disto tudo é um conjunto de cidadãos portugueses como os da iniciativa privada aonde há excelentes técnicos, honestos, competentes e merecedores de toda a nossa admiração e respeito mas também aonde há calaças, corruptos, conversadores de meia-tigela sobre telenovelas, destreinados, tal como em todos os países e em todos os segmentos da sociedade.

Por isso as minhas palavras só podem ser de aconselhamento “along the lines above”.