sexta-feira, 11 de setembro de 2015

convite para um gin ao fim da tarde, num sítio prazenteiro

Reconheço que ando irritado, com mau feitio e à mais pequena coisa que me contrarie sem razão, descarrego missivas impiedosas que moem e criam no interlocutor raivas tremendas, respostas iradas, cortes de relações e um caminho certo para a solidão.

Nem sempre conseguimos ser boas pessoas, nem fazer sempre o bem e tratar os outros com a paciência, tolerância ou a urbanidade que o bom-senso ou a virtude, aconselhariam.

Vem isto a propósito desta migração avassaladora de sírios, na sua grande maioria, que a cada dia esbracejam para conseguir chegar a um porto seguro.

As reacções distintas e contraditórias que vão sendo por aí expressas, falham pelo simples facto de até hoje e desde que começou a fuga maciça, não podermos saber como se comportam.

Por isso, os sírios e eu precisamos de uma mão estendida, sem condições.

Nunca me esqueço deste pensamento que é bem verdadeiro e que na maioria dos casos se aplica a 100%: se contares a alguém os teus problemas, 70% das pessoas não só não te “ouvem”, como não se interessam e não virá nenhuma ajuda pois estão a compará-los com os deles e as outras 30%, comprazem-se com o teu infortúnio e até tentam ver como poderão tirar desforço.

Há, felizmente, mãos gentis e mentes serenas e compassivas e são estas que devem aproximar-se em silêncio e de braços abertos, dos refugiados sírios.

Quanto a mim, um bom abraço já serve de muita consolação.

Naturalmente, se for acompanhado de um convite para um gin ao fim da tarde, num sítio prazenteiro, melhor.

E disse, o resto é conversa!

Sem comentários:

Enviar um comentário