segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A viagem do Papa Francisco aos USA

 

Acompanhei bastante a estadia do Papa nos USA e assisti através da CNN, que esteve sempre on-line e transmitiu em permanência TUDO, o que é de pasmar, e eis, assim, as minhas primeiras impressões:

a) foi pessoal e pastoralmente um êxito enorme, que excedeu tudo quanto se esperava e o próprio Vaticano esperaria. Muito bem preparada a visita, com as estruturas locais no seu melhor e em todas cidades aonde esteve;
b) o povo americano e nomeadamente os emigrantes, deram provas de grande entusiasmo, carinho e de genuinidade para com o Papa;
c) o Presidente e o establishment foram igualmente impecáveis no seu todo, excepto algum radical conservador que chegou a ser mal-criado para o Papa dizendo que não era bem-vindo à América, tendo sido de imediato corrigido pelo Partido Republicano;
d) o Episcopado americano rendeu-se ao Papa, tendo o seu grande opositor sido nomeado para ir para Roma, para ser o Capelão ad Honorem da Ordem de Malta!

Quanto ao Papa:

a) vinha cansado de Cuba aonde já tinha tido uma viagem apoteótica e estava cheio de dores ciáticas que lhe impediam de andar normalmente. Formidável, não cedeu um milímetro e consta, dito pela CNN, que não fez fisioterapia. Lá teria as suas razões, creio que seria pelas intenções para que esta viagem desse frutos;
b) pena não ser fluente em inglês, mas estava tudo impecavelmente organizado pois havia tradução simultânea nas transmissões e nas cerimónias em ecrans e ao microfone, textos pré-distribuídos com a tradução em inglês, etc;
c) todas as intervenções que fez foram pragmáticas, directas, e com conteúdos importantes mas ditas com um ar doce e convincente;
d) começaram já a produzir frutos pois o Presidente Obama e o Presidente Chinês no encontro a seguir à Assembleia da ONU assinaram um tratado de protecção do ambiente e outros países tomaram iniciativas semelhantes depois do discurso do Papa na ONU;
e) com calma vou ler as outras intervenções pastorais pois tratam de temas que vão ser discutidas no Sínodo;
f) o programa que o Papa escolheu foi um êxito total quer pela adesão dos destinatários como dos americanos em geral;
g) o Papa não é fisicamente sofisticado, está gordo por estar doente e pela medicação que toma e não se preocupa com o aspecto exterior, não sendo por isso um príncipe da Igreja da Renascença;
h) é no entanto, muito mais importante que tudo isso pois é coerente com o que prega e com o exemplo que dá. Troca a pompa e circunstância pela entrega aos valores do Evangelho.
Muito haverá mais a dizer, mas fiquei a conhecer melhor o Papa e a ter maior admiração pelos americanos pois demonstraram o que é sabido ser uma das suas melhores qualidades: a simplicidade na expressão dos seus sentimentos.

Por isso a viagem foi um sucesso.

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