terça-feira, 21 de setembro de 2010

O papel dos Pais



Todas as pessoas precisam de sentir que alguém as ama e as admira, mesmo com todos os defeitos que possam ter... Dentro de uma família, sentir-se-ão sempre amadas e aceites, por mais disfuncional que a família seja, por mais terrível que seja o erro que tenham cometido (passado o primeiro momento de raiva e de aborrecimento que ele provoca).

A família deve sempre apoiar os filhos em tudo o que eles fazem, desde que sejam coisas razoáveis (dentro das regras familiares), e é ela quem promove o sentido de segurança dos filhos.

A família é a célula principal da sociedade; o lugar onde se desenvolvem as estruturas psíquicas, onde a criança forma a sua identidade e desenvolve o seu lado emocional. A família determina funções, papéis e a hierarquia entre os seus membros; é também o espaço social da confrontação de gerações e aonde os dois sexos (masculino e feminino) definem as suas diferenças e as relações de poder.

A família tem como função educar os filhos e prepará-los para o convívio social.

Dentro de uma família (entre pais e filhos) há dois tipos básicos de relações:

Relação entre os pais (marido e mulher):

A relação homem-mulher dá inicio a uma nova família. São duas pessoas diferentes, com as suas próprias crenças, valores, educação e cultura, que necessitam ajustar-se aos princípios de cada um para uma boa convivência. O equilíbrio conjugal, que é de suma importância, implica que o casal tenha respeito mútuo, amor, e que possa trocar ideias através de muitas conversas e diálogo para promover, desta forma, um ambiente saudável para o crescimento dos filhos. Os pais necessitam de estar sempre de comum acordo (nos temas fundamentais) para promover uma educação satisfatória.

Relação entre pais e filhos:

Cabe aos pais o papel de educar os filhos. A educação é a condição básica para o convívio social. Educar implica o uso de autoridade para estabelecer limites; dar ordens e proibir o indispensável que possibilite às crianças controlarem a sua impulsividade: todas as crianças nascem egoístas; passam a respeitar os outros através da educação, disciplina, mas, principalmente, pelo exemplo dos pais. As crianças identificam-se sempre com um dos pais, e fazem o que esse adulto faz.

Quando os filhos são pequenos, são os pais que decidem "o quê", "como" e "quando"; ou seja, têm plenos poderes sobre os seus filhos e tomam em seu nome as decisões que julgam correctas. A criança vive cómoda e agradavelmente nesta relação de dependência, com as suas necessidades básicas satisfeitas e os papéis claramente definidos. Mas, quando os filhos chegam à fase da adolescência, surge, na maioria das famílias, uma série de conflitos entre os pais e os filhos!

Os pais têm dificuldade em aceitar o crescimento dos seus filhos... Quantos pais dizem sentir saudades do tempo em que os filhos eram bebés? Admitir que o filho cresceu equivale a reconhecer que eles estão mais velhos!

Muitos pais não se conformam por terem perdido o "posto" de heróis insubstituíveis dos filhos, e não conseguem suportar o olhar crítico dos jovens filhos, pois estes começam a olhar os pais como são: pessoas com todos os defeitos e qualidades que lhes são próprios. Há pais que passam a controlar exageradamente a vida dos filhos, como se pudessem, com isso, voltar a tê-los como crianças: não respeitam sua privacidade, querem participar da vida deles de forma integral, e atemorizam-nos, para os controlar, com os perigos que aumentam nesta fase (a violência, a sida, a droga, etc...).

Muitos pais querem antecipar aos filhos o conhecimento de problemas que existem para evitar sofrimentos futuros... Mas o único método conhecido para se aprender, é vivendo a vida! Na realidade, a maioria dos problemas na relação entre os pais e os filhos baseia-se num conflito de poder! Os pais podem exercer o autoritarismo (quando o poder está nas suas mãos) para responder às suas próprias necessidades, ou fazer uso da permissividade, quando delegam o poder nas mãos dos filhos para depois fazerem o que querem...

O mais importante neste tipo de relacionamento é uma resolução conjunta; encontrar juntos soluções conciliatórias para que todos fiquem satisfeitos (aonde as minhas necessidades são tão importantes como as deles).

O papel principal dos pais consiste em apoiar, compreender e dialogar sempre com seus filhos.

1 comentário:

  1. Mais uma vez Pu-Jie, uma excelente síntese que alerta para pontos fundamentais de reflexão sobre a família... e aquilo que somos em consequência da sua funcionalidade ou disfuncionalidade.
    Gostei muito.
    Isabel

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