quarta-feira, 7 de março de 2018

Grande perplexidade


Grande perplexidade, porém, me faz a situação na Síria. Conheci há cerca de 25 anos um grupo de milionários libaneses e sírios de grandes famílias locais de que fui Advogado aqui em Portugal para tratar de vários investimentos. Conversámos muito sobre uma Síria e até um Líbano que já não são os desse tempo. Pessoas encantadoras, raffinées, com uma enorme e interessante cultura, homens de negócios exímios e internacionais. Todos com residência em Paris em caríssimos e belíssimos apartamentos beneficiando por isso também de um conhecimento sofisticado da cultura europeia e francesa.
O presidente Hafez Al Assad ainda não governava mas sim o seu pai, sendo esta família de raça alaoita e por isso menos radical do que quer os sionistas ou chiitas.
Posso entender que o Governo Sírio queira controlar todo o território e expulsar/vencer os terroristas. É um desiderato político de qualquer governo.
Já não compreendo a que custo combatem bolsas de resistência com uma violência exterminadora sem dó nem compaixão.
A Rússia, a Turquia e o Irão estão a contar com o após guerra na reconstrução do país, nas concessões riquíssimas de petróleo, obras públicas, aeroportos, urbanizações....TUDO quase do zero.
Os USA por outro lado estão a dar apoio militar aos rebeldes que são facções terroristas da AlQuaida sempre naquela atitude de "atirar ao lado" por muito que queiram ter uma palavra a dizer na região. Com que direito? Deverão ser os países da região que devem estabelecer os parâmetros geoestratégicos e entenderem-se entre eles.
São purgas geracionais de muitos milhões de mortos e feridos e cujas famílias desaparecem do mapa para sempre. Há como que um rejuvenescimento da raça.
Tem seguramente por detrás o móbil do lobby das armas que só é eficaz quando se criam guerras. É da vida e dos livros.
Apesar de tudo o que criticamos na UE e em Portugal temos que estar agradecidos de termos nascido aqui.

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