sábado, 9 de dezembro de 2017

Luisa e Amália lesbianas do final do século XIX


Luísa prometeu a Amália que a amaria por toda a vida. Veio uma crise de ciúmes e de desentendimento e os sarilhos começaram. Silêncios prolongados. Horas desencontradas. Camas separadas. Discussões violentas e um desassossego interior permanente e intolerável.
A separação aproximava-se a passos largos. Eis senão quando, de surpresa, a mãe de Luísa faz-lhes uma visita e põe as coisas em pratos limpos. Infantis e mimadas não entendem que o amor é construído a cada dia, com luzes e sombras e que a discórdia cria a separação e que se não houver tolerância e paciência voltará a acontecer com outras parceiras.
E sossegam e mantém-se juntas e a tranquilidade volta à Rua dos Remolares…
Perdida, diria o pai de Luísa que não aceitava a homossexualidade da filha.


(extracto das memórias de duas lesbianas dos finais do século XIX encontradas em casa da herdeira do Paço da Contenda, em Sobral de Cima, na Beira Baixa)

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