sexta-feira, 5 de setembro de 2014

os meus olhos nos teus olhos


Já não se encantarão os meus olhos nos teus olhos,
já não se adoçará junto a ti a minha dor.

Mas para onde vá levarei o teu olhar
e para onde caminhes levarás a minha dor.

Fui teu, foste minha. O que mais? Juntos fizemos
uma curva na rota por onde o amor passou.

Fui teu, foste minha. Tu serás daquele que te ame,
daquele que corte no teu campo o que eu semeei.

Vou-me embora. Estou triste: mas sempre estou triste.
Venho dos teus braços. Não sei para onde vou.

...Do teu coração me diz adeus uma criança.
E eu lhe digo adeus.

Pablo Neruda.

4 comentários:

  1. E eu respondo-lhe:
    " Nega-me o pão , o ar, a luz, a Primavera, mas nunca o teu riso, porque então morreria."

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  2. Não sei como fazer chegar ao Neruda esta copla, mas talvez numa próxima correspondência com o meu primo Luis Bernardo...

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  3. Obrigado pela resposta. Eu sabia...eheh..

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  4. Outra minha vertente é a da busca incessante da verdade e este meu comentário à Epístola de S.Paulo. Para os meus bondosos leitores que estão habituados à minha maneira de olhar para a vida, este é um texto reflectido e sério e naquilo em que acredito e que tento praticar.

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