sexta-feira, 8 de setembro de 2017

O PENINHA ESTEVE UNS DIAS NO ALGARVE EM MONTE MAGRO



O PENINHA ESTEVE UNS DIAS NO ALGARVE EM MONTE MAGRO

Aproveitando o regresso dos Açores o Peninha e a Adélinha resolveram ir dar um ar da sua graça pelos Algarves.

Escolheram o Hotel Afonso de Albuquerque um dos primeiros e mais bem-sucedidos do Algarve, pertencente à reputada família da região Sousa Luva.

Reservaram um quarto com vista de mar e exigiram que tivesse na varanda um ramo de flores da direcção para dar um ar de bem-vindos. Na recepção o velho Tarcísio que já vira de tudo, pensou que seriam gente difícil e convencida.

Inclusivamente mandaram por e-mail o texto que queriam constasse no bilhete no pé do ramalhete de flores:
- “Aos srs. Adélia e Peninha com os votos de uma boa estadia e muito penhorados pela vossa escolha uma vez mais. A Direcção”

Mentirosos, pensou o Tarcísio, nunca para cá vieram! 

A ideia do Peninha era para se dar ares, mostrar no trabalho para impressionar.

Eles tinham pedido rosas, mas como estava um calor de rachar, a desculpa do Hotel foi a de dizer que só havia cardos naquela época…Peninha ficou desiludido e Adélinha furiosa:

- É com cardos espinhosos que me recebes Peninha? E eu que por um momento tive o sonho de que fosses romântico!

Na primeira noite para o jantar Adélinha foi de bikini curto por debaixo de uma túnica larga transparente de côr alaranjada. Ficou gelada de vergonha quando chegou á sala de jantar e viu todos bem arranjados “chic casual”!

Estava numa mesa o Silva Tavares da concelhia do PSD local e julgando que Adélinha fosse uma militante, levantou-se e dirigiu-se a ela dizendo em voz alta virado para a sala:

- Assim é que é, com as eleições à porta, não há que ter vergonha e mostrar bem as cores do nosso partido!

Adélinha fez um sorriso amarelo e o Peninha furioso puxou por ela e desapareceram.

- Tu és doida Adélia! Então se o meu protector te vê nalguma fotografia! Estava bem tramado.

Note-se que o protector era um vago assistente do gabinete do Dr. António Costa e o Peninha estava a fazer tudo para ser nomeado para encarregado do armazém de Cabo Ruivo, da empresa municipal de lixo de Moscavide. 

No dia seguinte, depois do pequeno-almoço foram ao quarto arranjar-se para irem para a praia.

Ela que tinha andado num programa de emagrecimento do Dr. Bayard (o dos rebuçados para a tosse mas na vertente de dietas) estava seca de carnes, com os seios bem espetados e um rabo coleante e redondinho. Pôs por isso um bikini ousado que lhe tinha sido vendido pela dª Céu, uma contrabandista que vendia mercadoria desembarcada dos barcos do Brasil. Neste caso, o bikini, tinha estampado nos bicos do peito e no meio do rabo a frase” amo-te Brasil”! Tinha escolhido um de côr de amarelo-bébé. O Hotel tinha deixado em cima da cama uns roupões brancos felpudos por isso ela contava esconder-se envolta no turco e ao chegar à praia arrasar a turba multa.

O Peninha tinha comprado umas tangas à Tarzan com raias de leopildo e sentia-se forte e musculado com os abdómens fortificados e o sexo cheio a realçar no maillot.

Falaram com o encarregado dos toldos, o Rúben, que lhes deu um, na primeira fila e Peninha agradado deixou-lhe escorregar uma nota de 50 euros. 

- Criado de V.Exª disse o Rúben. A Peninha esta frase soube-lhe ao paraíso.

Despiram os roupões e nada aconteceu. Mesmo ao lado estavam duas suecas a fazer topless que nem tugiram nem mugiram.

Peninha e Adélinha aproximaram-se da água, andando em simultâneo com os passos da Pantera côr-de-rosa, bamboleando o corpo e mexendo os braços e levantando as solas dos pés.

Os nadadores-salvadores não se contiveram e desataram a rir.

O Alípio que era de Braga, vinha todos os anos para Monte Magro para o engate. De cabelo farto pintado de preto, com um bigode retorcido nas pontas, tinha já os seus sessenta e tais, mas era o típico gigolo das Adélinhas.

- Olá, pensou para si, lambendo os beiços. Isto é ave de arribação de categoria.

O Alípio piscou o olho à Adélinha que reparou e contente, nada disse ao Peninha.

(continua)

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