quarta-feira, 13 de setembro de 2017

A moleza

A moleza

Eu hoje estou mole. O calor faz-me mole. Mas é boa a moleza, é sensual e prazenteira. Não apetece dar as mãos. Está calor. Mas sabe bem brincar com as pontas dos dedos

Sobre o teu corpo nú ao meu lado. Tens cócegas? O que importa é a sensação de tentação, de tentativa, de avanço.

Depois fica-se mole de novo.

Voltas a chegar-te junto a mim e a tua nudez desperta-me os sentidos e a boca com moleza procura a tua e um beijo mole pode tornar-se em um beijo teso, com força e intrusivo.

Volto a estar mole e adormeço e sem cuidares de me acordar exploras o meu corpo da cabeça aos pés e acordo com um arrepio bom.

- Isto aplica-se para acordar os mortos, dizes, com moleza a sorrir. E é verdade, só que não é preciso morrer assim tanto e durante muito tempo.

Voltamos a estar moles e o calor incita ao amor e antes de sair ficamos os dois um sobre o outro, roçando-nos com moleza.

De saída ainda me dizes: oxalá!

Viro-me para o outro lado, mole e adormeço sem antes beijar o lugar mole aonde estiveste.

In “ cogitações de um dia de calor” por Vicente Mais ou Menos de Souza

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