quarta-feira, 11 de julho de 2018

O PENINHA ESTÁ EM MOSCOVO

O PENINHA ESTÁ EM MOSCOVO

O Peninha lá arranjou umas massas para ir a Moscovo, pela ERITREIA AIR LINES, para assistir aos vários jogos.

Escolheu esta companhia aérea porque viu na internet que praticava uns preços imbatíveis, mas não pensou no risco que corria. Para já ao levantar voo da Portela e já no ar a aeronave começou a "gaguejar" e os motores a funcionarem mal e teve que fazer uma aterragem de urgência no aeroporto do Montijo.

Peninha com o seu espírito prático, quando saíram do avião para ser inspeccionado, andou a miroscar o futuro novo aeroporto, fez perguntas aos militares, e quando regressou ao avião tinha-se tornado um "especialista" do novo aeroporto.

Chegado a Moscovo, tinha lá um primo comunista do tempo do Cunhal, bem estabelecido na vida, com um belo apartamento coladinho ao Kremlin e desempenhara até à reforma funções no KGB.

Dissera mesmo ao primo Peninha que estava algumas vezes com o Putin quando ele ao Domingo vinha tomar o pequeno-almoço ao café Putschkin que era logo ali entre o Kremlin e a sua casa.

Peninha começou a gizar um plano para poder encontrar-se com Putin. O primo abria-lhe as portas para ele se poder aproximar, mas depois teria que ter uma razão forte para o interessar e fazê-lo ter uma conversa minímamente aceitável e produtiva com ele.

Matutou, matutou até que fez um elenco daquilo que se dizia Putin mais gostar:
1. mulheres
2. dinheiro
3. poder
4. lixar os inimigos
5. ser respeitado internacionalmente

Ora tudo isto misturado dava um cocktail explosivo.

Quanto a mulheres, lembrou-se da Palmira da Graça, com um rabo bem feito e um peito arfante e um palminho de cara bem atractivo. Estava resolvido. Mandou pedir por WhatsApp uma boa fotografia da Palmira, meia descascada e assim asseguraria a oferta.

No que se refere a dinheiro, sendo um teso, no entanto conhecia um vereador de uma Câmara comunista que ganhava guita pra xuxu, com corrupções, e que a troco de uma fotografia do Putin assinada " para o Vitor com amizade democrática" - sim, porque o Putin não conhecia o Vitor nem dos eléctricos - podia desviar os fundos para a construção de um lar para idosos - que se lixem os velhos, vão morrer quer queiram quer não - e assim o segundo requisito estava cumprido.

Quanto ao poder, iria propor a Putin que organizasse uma revolução em Portugal, corresse com o Costa e o Marcelo, fechasse o Parlamento e se tornasse o único Chefe do Estado absolutista da Europa, governando Portugal como um ditador. Acho que ele ia gostar, tanto mais que não seria difícil de arranjar apoios da direita pois está tudo furioso com o status quo.

Lixar os inimigos, era de imediato: apresentava-se-lhe o Bruno de Carvalho que seria recambiado para a Sibéria para perder o pio e as ideias de voltar ao Sporting. O frio enregela e faz milagres.

Ser respeitado internacionalmente já seria mais complicado mas essa era uma tarefa que incumbiria a um nosso querido e estimado Embaixador do MNE, que lhe proporia um plano da "pólvora".

Peninha partilhou com o primo comunista, amigo e antigo colega do Putin no KGB e este achou tudo bem. Não admira porque por ser estúpido nunca passou de mau canalizador do Partido no KGB, longe de perceber de torturas e perseguições e de grandes estratégias de espionagem. Foi mandado para casa mais cedo pois como imbecil que era, atrapalhava mais do que ajudava.

Combinou-se o dia e Peninha tinha trazido uma boina da Marinha Grande à operário do ramo dos vidros, um lenço encarnado que encontrou numa das gavetas da Adelinha, depois dela morrer, um fato de macaco e uns sapatos à associativo como usava o Durão Barroso na Faculdade, quando era do MRPP.

Qual não é o espanto dos dois quando viram Putin entrar no café, de fato cinzento claro de seda de corte italiano, uma gravata de riscas do YSL, uns sapatos bicudos daqueles de matar baratas ao canto em crocodilo preto, um lenço de seda no bolso de cima do casaco e perfumado com a última água de colónia do Hugo Boss. A camisa impecável branca com um monograma com as letras WP bordadas e encimadas com a águia e coroa imperial. Um verdadeiro Tsar!

Olhou por cima da burra para o primo do Peninha e no meio de um croissant chamou-o e fez-lhe perguntas banais para matar o tempo. Às tantas o Vitor falou-lhe do Peninha e Putin disse para ele se aproximar. Saudaram-se e Peninha teve a certeza que tinha vestido o traje errado.

O primo foi traduzindo as ideias e propostas do Peninha que nem mereceram o olhar de Putin que ouvia distraído ao mesmo tempo que lia o Pravda.

Quando Peninha falou da Palmira, aí sim, Putin mostrou-se interessado. Peninha mostrou-lhe a fotografia e Putin miroscou, olhou, voltou a olhar e perguntou:
- Tem um rabo grande?
Ora Peninha não fazia a menor ideia e ousou mentir e disse que sim.
- Óptimo - disse Putin - vai para modelo das matrioskas.

E saindo de sopetão, entrou numa limusina espantosa que arrancou na esguelha.

Peninha ficou descorçoado pois tinha já sonhado com uma parceria com Putin.

Lá se foi tudo: a revolução que tanto jeito dava, o afastamento de vez do Bruno de Carvalho, as corrupções municipais, enfim o sonho de ser importante.

Nesse dia Portugal perdeu e Peninha voltou a Portugal no primeiro avião que apanhou. Comprou o bilhete e vagamente ouviu dizer que tinha uma paragem em Lisboa e que depois seguia para a Venezuela.

Peninha estava tão cansado que adormeceu profundamente durante o voo.

Quando finalmente acordou com o avião prestes a aterrar, ouviu estremunhado e em pânico: - benvindos a Caracas!

Um sarilho!

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