segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

NOVAS INICIATIVAS NA MINHA ACTIVIDADE DE APOIO AOS RECLUSOS – 2016 ANO DE ARRANQUE

NOVAS INICIATIVAS NA MINHA ACTIVIDADE DE APOIO AOS RECLUSOS – 2016 ANO DE ARRANQUE

Volto hoje ao tema que me ocupou durante este ano: a assistência aos reclusos.

Quero implementar este ano de 2016 o meu projecto da criação de um “think tank” com fundos independentes do Estado e apoiado por fundos europeus.

Mas, gostaria antes, de chamar as coisas pelos nomes: muito pouco foi feito pelos interesses dos reclusos, durante este desvario incessante em que Portugal, o Governo e as Instituições políticas passaram o ano todo. Fora louváveis iniciativas de instituições particulares que sendo muito meritórias, são uma gota de água no oceano, falhou o interesse real em discutir as medidas de reinserção numa perspectiva de um Estado moderno que olha para os presos não como os eternos abandonados, mas aqueles a quem a sociedade deve atenção, apoio moral e material numa tentativa de os recuperar para uma vida futura digna e inseridos nas suas famílias e meio ambiente.

Eu sei que sou malvisto por defender quase, o indefensável.
A ideia que se tem cá fora das prisões é de que os reclusos são barbudos, insolentes, indisciplinados e que merecem tudo: má-comida, fria, duches gelados, muito tempo nas celas e outras condições de incomodidade e sofrimento acrescidas à própria pena de privação da liberdade.

Contactei os Grupos Parlamentares de todos os partidos, enviei-lhes memorandos da minha experiência como professor- voluntário de português para estrangeiros na prisão de Alta Segurança de Monsanto, visitei o Provedor de Justiça, e a minha batalha foi incansável para conseguir melhores condições.

Tive um infinito prazer em ter dado e sobretudo recebido dos reclusos, a amizade, reciprocidade e o reconhecimento de que os tratava como pessoas a quem, sem nenhum interesse pessoal, estava a tentar ajudar a melhorarem as suas situações morais, psicológicas e de tratamento mais justo. Ganhei em humildade, tolerância e não-julgamento dos comportamentos dos outros com ligeireza e sem fundamentação.

Esse foi, verdadeiramente o meu prémio, e a eles lhes estou muito grato.

Chegou a altura de agir e de não fazer depender a minha actuação nem as minhas iniciativas de qualquer instituição pública ou privada. Existem demasiadas barreiras e interesses mesquinhos, torpezas, estupidez, incompetência e até maldade.

Por isso esta Instituição que intentarei criar ao longo deste ano, será dotada de uma equipa de profissionais competentes, generosos, preparados para lidar com os outros e com uma potencial vocação para este sector. Será um conjunto de pessoas bem pagos de acordo com os resultados que deles se esperam e por forma a poderem ficar libertados de constrangimentos financeiros familiares e a esta causa se poderem dedicar.

Farei parcerias com Universidades portuguesas e estrangeiras e tentarei que as experiências bem-sucedidas em outros países possam por nós ser adoptadas.

Preciso de estabelecer boas, duradouras e cordiais relações com o Estado Português, através das Autoridades que regulam esta área de intervenção, mas desejo que sejam num estatuto de igualdade, ou seja, em conjunto podermos ser intérpretes de reformas e progressos a benefício dos reclusos e do sector prisional, como um todo.

De quem estou à procura:

1. De pessoas imbuídas do mesmo espírito e até sem muita formação mas com apetência, para pensarmos em conjunto quais as melhores e mais inovadoras soluções;

2. De empresas do sector privado e do tecido empresarial que em conjugação com o Estado e connosco, bem com com outras intuições similares, criem condições de empregabilidade no âmbito da reinserção;

3. De fundos privados de Fundações ou outras Instituições nacionais ou estrangeiras do sector ou com fins congéneres e ou benfeitores ou beneméritos que queiram em conjunto connosco, criar uma almofada de conforto para a pesquisa, formação e implementação de métodos de reinserção que modifiquem o panorama actual nacional.

São estes, assim, os meus votos para que 2016 me permita começar.

Assim Deus me ajude.

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