quinta-feira, 12 de março de 2015

Ando há muito tempo para falar contigo.


Ando há muito tempo para falar contigo. Vou escrevendo num blogue o que me passa pela cabeça e dá-me para falar com toda a gente, à direita e à esquerda, e opino com mais ou menos doçura, ressentimento, queixas, soberba, convencimento e ultimamente, com pouca serenidade.

Bem sei que não te vejo, nem escuto a tua voz, não te posso abraçar, nem sei bem como és.

Mas no mundo como está - será mesmo este o que tu criaste? - é impossível a dada altura não nos virarmos para ti. Fazer perguntas que nos atormentam e nos pesam no peito, pois ficamos em desalento e aflição, em desânimo, perdidos neste turbilhão de desencontros e incertezas sem saber o que fazer, já nem é a curto prazo, é no minutinho em que te escrevo.

Pensei em tratar-te com um T grande como aprendi, mas não me apetece e sei que não te importas.

O que verdadeiramente me apetece, vou-te dizer francamente, era sentir a tua presença física, e num abraço, poder enroscar-me nos teus braços e encostar a cabeça cansada e pesada.

Aperceber-me que tudo quanto disseram e dizem de ti, não são tretas mais ou menos bem contadas, outras inverosímeis e que tu estás mesmo a contar comigo.

Isso era formidável que me dissesses, mas tu, não outros com as suas interpretações e objectivos inconfessáveis.

Tudo isto tão bem feito, a luz do dia e da noite, o mar, os peixes, as aves, as cores, os sons, o ar que respiro, o meu corpo tão perfeito ao detalhe com tudo a bater tão certo não pode ser senão fruto de ti, ou do que eu gostava que tu fosses.

Era tão bom e sabia-me tão bem acreditar sem dúvidas, sabes?

És uma fantástica invenção, adorável, gostável e apetecível em existires e por isso tenho esperança que me apareças, breve.

Acho que já foi bom este princípio de conversa. Nem sei bem porquê, veio isto esta noite que vai caindo.

Sabes que quando me despojo de tudo, sinto-me bem humilde e sobrevém uma paz tão consoladora que dá-me para pensar em ti e sentir um desejo imenso que me dês um sinal.

Há momentos em que já não me bastam as caras conhecidas e tu és o único que com esse mistério de estares escondido da minha vista, tocas fundo no meu coração, sim esse órgão carnudo e feio que inspira os poetas.

Sei lá porquê, sabe-me bem estar para aqui a conversar contigo e ter a sensação de que um dia me responderás a isto tudo, num bom bate-papo.

Que bom seria, mas faz um esforço, mesmo.

Olha lá, e não é daqui a muito tempo que te quero ver seja aqui ou aí aonde te encontras…egoísta, sei lá bem a fazer o quê. Dedica um pouco de tempo a mim, vá lá.

Já reparaste que não te estou a pedir favores nem impossíveis, só estou a querer conhecer-te pessoalmente. É normal, não achas?

Bem, fico à espera e pensa que tens em mim um potencial admirador, vá…adorador se fores tudo o que dizem de ti.

Vale a pena, não achas?

Para o caso de não saberes, chamo-me Manuel.

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