segunda-feira, 19 de março de 2012

VAREIA MUITO!


Não sei se vos acontece o que comigo se passa com frequência!

Ora é da PT, da MEO, da ZON, da EDP e o rosário podia continuar por aí adiante, pois não escapa uma única empresa.

Têm uma obsessiva fixação na pergunta em saber como me chamo – como ando mais quebrado e tenho um nome de código que é o de Luís Paixão que nem sei se existe - soa melhor Sr. Luís do que Sr. Manuel! Já desisti de explicar que me tratem ou por Sr. Andrade ou na maioria dos casos por Sr. Paixão!

Mas enfim, lá vou sobrevivendo com mais berro menos descasca, ameaças de reclamações para a DECO ou respectivas Administrações, de que ou sou íntimo ou um accionista de referência…ahahaahah…suspeito que empalidecem do outro lado do telefone e nem se dão ao trabalho de ir ver se valho alguma coisa!

Mas o tema que queria glosar hoje é o preocupante avanço da ingratidão – e depois tratarei da falta de maneiras.

A ingratidão é mais rápida de exemplificar: recentemente um rapaz chinês bilingue que trabalhou no passado comigo, simpático, disponível e sorridente, ficou desempregado na China! Estava eu em Shanghai com ele a servir-me de intérprete numa reunião com uma empresa chinesa, quando de mansinho e num intervalo, me anuncia tal incómoda e aflitiva situação.

Lembrei-me logo de uma importante empresa portuguesa que está presente na China com uma pujante actividade e cujo Presidente é meu amigo. Por coincidência estava de partida para Shanghai e através do meu iPad mandei-lhe o CV do rapaz, com uma forte e amiga recomendação.

Passaram-se quase 10 meses sem eu ter tido contacto com o meu “protegido” e precisando de uma pequena tradução de português para mandarim, teclámos por skype e ao perguntar-lhe naturalmente como estava, disse-me com um ar tranquilo que tinha sido admitido no dito emprego, por meu intermédio!

Interpelei-o, sobretudo espantado, por nada me ter dito e a resposta foi a de que se tinha esquecido!

Outra circunstância frequente é a atitude de não agradecer…expressamente, com palavras escritas, ou com um telefonema no dia seguinte ou posteriores, qualquer gentileza de que tenhamos sido beneficiários!

Por exemplo, se eu vou jantar a casa de amigos e sou bem tratado tendo-me sido proporcionado o máximo de hospitalidade, e pouco importa se nos conhecemos desde o berço ou de há algumas semanas, o normal é agradecer, não será?

Têm-me dado ao longo da vida presentes variados de que gosto mais ou às vezes menos: livros, gravatas, cds, convidado para programas, almoços e jantares - tudo isto sempre com o “animus” de agradar, dar prazer e obsequiar-me.

O normal será corresponder com a mesma amizade, cortesia para além de ter inato em mim o gosto de retribuir com gratidão e a mesma consideração. Fui sempre educado neste sentido desde pequeno pela minha família a quem via fazer isto mesmo.

Pois, mesmo entre gente de que se esperaria outro comportamento, VAREIA MUITO!

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