sexta-feira, 30 de março de 2012

Momentos


Há milhões deles. Biliões. Triliões mesmo.

Somem-se todos e serão o tempo de uma vida.

Chamamos-lhes Momentos.

Não têm nenhum tempo convencionado. Pode ser um minuto ou uma hora ou um segundo. Vão e vêm e assim se transformam em Memórias. E aí, permanecem. São nossos para sempre e ninguém nos pode tirar. Nem podemos ver-nos livres dos maus momentos que não queremos relembrar.

Após alguns anos de os coleccionarmos, constatamos que é tarde para fazer alguma coisa sobre os que já passaram. Mas podemos sempre fazer algo sobre os que estamos a viver e dos que estão para vir. E sobre os cem mais que acontecem a cada dia, e os milhares a cada semana, e por aí adiante, nomeadamente dos triliões de momentos que acontecerão antes da nossa morte.

Quanto a estes podemos fazer qualquer coisa. Enquanto reflectimos o que podemos e queremos fazer, constataremos que só uma coisa importa.

Por mais que passem, mais entesouraremos enquanto vivemos, até que um dia já teremos os suficientes. E depois morreremos. E quando isso acontecer, no momento da nossa morte, saberemos o que realmente vale a pena saber.

Saberemos nesse momento quem somos e em quem nos tornámos.

Constataremos que não houve mais nada do que devêssemos ser do que existir. Aqui. Agora.

Descobriremos que somos a única coisa que importa.

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