segunda-feira, 20 de agosto de 2012

História de absoluto terror que me aconteceu há uns tempos ( parte 3)


Incrédulo, pedi que me explicassem o que significavam aquelas notas protegidas pela tinta preta, de onde vinham, como as tinham e porquê eu!

O líder disse que os USA ajudam dissimuladamente os países africanos, através dos seus governantes para que a política e o controlo americanos possam ser efectivos em alternativa ao de potenciais opositores, nomeadamente de terroristas ou de países hostis aos seus interesses.

Assim, através da saída de fundos secretos da Reserva Federal sem deixar rasto, os líderes africanos recebem dinheiro directamente e podem fazer o que quiserem, normalmente, segundo ele, compram armas aos USA para se manterem no poder, e o dinheiro regressa em grande parte aos cofres dos Estados Unidos.

Fiquei pasmado e continuei a fazer mais perguntas: como tinham eles, pessoas sem grande cultura e aspecto pouco sofisticado, tido acesso àquele dinheiro…

Disseram-me que este montante de 4 milhões de dólares era uma parte ínfima do dinheiro transferido para o país deles e que pessoas próximas do presidente, ou desviam ou é-lhes dado uma mala ou duas, como recompensa por serviços prestados.

Eles estavam a representar um dignitário presidencial a quem tinha sido ofertado este montante e se fossem bem-sucedidos em o desviarem dos circuitos bancários do país, não só não levantavam suspeitas para o mandante como receberiam uma pequena comissão.

A pergunta a seguir foi a de como podiam provar tudo o que me estavam a dizer.

Tinham-me dito que se eu os ajudasse, receberia a metade ou seja 2 milhões de dólares. Estava cada vez mais firmemente decidido a não me envolver nesta proposta de “parceria”, mas confesso que fiquei curioso e decidi deixar o assunto progredir mais um pouco até eu comprovar o “milagre” da limpeza de tiras de papel preto em notas de dólares!

Inquiri-os, já que tínhamos chegado a tal grau de “descodificação”, sobre a causa de estarem tão nervosos e ansiosos.

Disseram-me que as notas só podiam ser limpas com um “líquido” especial, e um deles tirou de uma mochila uma garrafa de 1 litro envolta em ligaduras de gaze branca, muito suja, dizendo-me que tinha estado enterrada tempo demais, escondida no país deles em África, e eles temiam que este facto já pudesse ter diminuído a eficácia do produto.

Tinham conseguido passá-la na alfândega sem levantar suspeitas, mas queriam com urgência fazer um teste em algumas notas, referindo-me cerca de 1,200 dólares.

Continuei muito intrigado a querer perceber melhor todo o cenário por eles descrito.

Disseram-me que para limpar a mala completa teriam que vir de fora várias outras garrafas de “líquido” pois para 4 milhões de dólares, uma só não chegava.

Quem tinha as outras garrafas de "líquido"? Como as faria chegar a Portugal, sem levantar suspeitas? Poderia o referido “líquido” ser preparado aqui em Portugal, pois seria mais fácil!

Disse-lhes que tinha contactos em Laboratórios que sigilosamente e sem eu sequer referir a origem do produto poderiam facilmente identificar a composição e a troco de algum dinheiro, me venderem a quantidade necessária.

Ficaram meio perplexos pela minha lógica argumentação e entretanto chegou a hora de jantar e de ir embora e eles muito maçados e ansiosos queriam continuar…

Disse-lhes que marcávamos para o dia seguinte e entretanto telefonei à minha secretária dizendo-lhe que escusava de vir trabalhar pois eu estaria ocupado e não precisava dela. Ninguém recusa um “day off” pago!

Fiquei a pensar em tudo e confesso que dormi pouco. Não tanto pela perspectiva do meu putativo quinhão dos 2 milhões, que achava remota pois iria abortar o meu envolvimento, mas excitou-me a aventura de “coisas” de que jamais havia ouvido falar e que me pareciam surreais.

Esta é uma característica do meu feitio que devo ter herdado de algum aventureiro do meu passado familiar, e como dizem os ingleses “curiosity killed the cat”.

Mas ainda é muito cedo na história para tirarmos esta conclusão.

Fui mais cedo para o escritório no dia seguinte e fiz alguns telefonemas para amigos que ou trabalhavam em Laboratórios ou conheciam quem eram os respectivos donos e confirmaram-me que com uma “amostra” de qualquer produto químico, era relativamente fácil identificar a composição e reproduzir. Também me certificaram que não era caro.

Fiquei muito mais tranquilo pois tinha ficado desconfiado da opção de o “líquido” ter que vir do exterior!

Alfândegas, perguntas, eventuais investigações e visibilidade tratando-se de notas "tratadas" dissimuladamente pelos USA: todas as precauções teriam que ser tomadas, pois eu não queria ser envolvido em nada de nada!

Sou um medricas nestas coisas de espionagem e a minha imaginação e muitos filmes criaram uma barreira intelectual de medo, pois “não brincam em serviço”, como se sabe!

(continua)

2 comentários:

  1. haahahah,um medricas....,e quem não seria ??? continue rapidinho que já estou em pulgas....

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  2. ...o que me irrita é que tenho q adivinhar as letras q me pôem para ficar demonstrado que não sou um robot,ora bolas.....:-)))( e lá vai mais uma sessão)

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