sábado, 7 de abril de 2012

Aimberê - Meus contos brasileiros (continuação 5)


Eu estava meio nervoso nesse dia, mas não estava com medo. Estava só meio preocupado com o que os pais dela iriam achar de mim.

Vesti uma camisa Polo e uma calça social (esse povo velho é chato pra burro).

Como combinado, cheguei lá bem limpinho, na hora do almoço. Dei um beijo na bochecha de Aimberê para que os pais dela não desconfiassem (esse povo implica com tudo…).

A mãe dela foi muito gentil comigo, arrumou um lugar para eu me sentar. Mas o pai dela me olhou com uma cara feia, parecia que ele estava passando fome há um mês.

Apertou a minha mão forte pra burro, tive que juntar meus dedos dentro da mão dele para não quebrarem.

Eu já estava nervoso, e depois disso a coisa piorou. É que eu cheguei lá com uma vontadezinha de cagar, mas nada muito sério. Quando o pai dela apertou minha mão daquele jeito, senti tanto medo que me bateu uma caganeira brava. Me segurei na cadeira como pude.

Então, a mãe dela começou a servir o almoço. Era uma feijoada. Fiquei com medo de colocar aquilo na boca, com aquela aflição iminente. Comi só um pouco e perguntei onde era o banheiro.

- Pega o corredor à direita, segue 10 portas, depois pega o outro corredor e entra na segunda porta à esquerda.

Não entendi onde era. Pensei “ por que essa menina tinha que ter uma casa tão complicada?”. No caminho encontrei uma janela bem grande e arejada. Fiquei parado lá, tomando um ar para ver se a vontade passava.

Era até melhor, porque ficar um tempão no banheiro dos pais dela, logo no primeiro dia, não pegava bem.

De repente eu senti um aperto na barriga, uma coisa fortíssima. No susto, desceu tudo pela minha calça social branca.

Virei pra trás e vi que foi Aimberê que tinha apertado a minha barriga, querendo me fazer uma surpresa.

Ao lado, estavam os pais dela. A mãe dela trouxe uma toalha para eu me limpar. O pai dela começou a rir e a me chamar de cagão.

(continua)

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