quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O assalto e roubo do meu relógio e a paciência de Job


Job é o exemplo de como se pode passar dos 80 aos 8. De como é fácil, num sopro, perdermos tudo, perdermo-nos, ser-nos tirado o que nos foi dado.

Job personifica a dificuldade que temos em lidar com o que de mau nos aparece. De como nos é fácil dizer que quando alcançamos o bem, o alcançamos sozinhos, e de como quando o perdemos, pensamos que o perdemos por causa de outros.

A paciência, por outro lado, é o saber esperar pelo que de bom há-de vir. O saber que o mal não é eterno, mas parte do processo.

Job passou dos 80 aos 8 e aos 80 novamente. É por isso que dizemos que é preciso «ter paciência de Job». Porque, mais tarde ou mais cedo, algo de bom acontece. Porque não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe. Porque «a vida não passa de um sopro».

Job tomou a palavra, dizendo:

«Não vive o homem sobre a terra como um soldado?
Não são os seus dias como os de um mercenário?
Como o escravo que suspira pela sombra
e o trabalhador que espera pelo seu salário,
assim eu recebi em herança meses de desilusão
e couberam-me em sorte noites de amargura.
Se me deito, digo: ‘Quando é que me levanto?’
Se me levanto: ‘Quando chegará a noite?’
e agito-me angustiado até ao crepúsculo.
Os meus dias passam mais velozes que uma lançadeira de tear
e desvanecem-se sem esperança.
Recordai-Vos que a minha vida não passa de um sopro
e que os meus olhos nunca mais verão a felicidade».

Se apanho o ladrão do meu Frank Muller, não há cá paciência de Job!

O caraças é o que é!

Sem comentários:

Enviar um comentário