terça-feira, 17 de maio de 2016

O PENINHA E AS GALAS

O PENINHA E AS GALAS

O Peninha, coitado, anda sempre à cata de eventos sociais, nomeadamente adora Galas de canais de televisão, revistas e não perde uma.
Tem uma agenda amovível que vai actualizando com antecedência para não falhar.
Foi assim à da REVISTA COSTAS, pois sendo uma publicação sobre fofocas e moda, tem muita visibilidade.
Achou que ficava bem ir de modérninho, tipo vestido com cuecas de flores garridas que deixava ver num rasgão das calças na zona das nádegas. Por acaso as calças eram de moiré adamascado em cor carmim e apertavam até aos calcanhares aonde cruzavam com um par de meias de vidro transparentes deixando ver o pelame.
Calçou-se com uns sapatos de verniz alaranjado em bico pontiagudo de matar baratas ao canto. Da cintura para cima vestiu uma camisa verde-salsa com folhos dos quais pendiam corações pequeninos que abanavam aos mais pequenos gestos. Por cima um casaco apertado de veludo preto.
O cabelo com gel estava penteado em forma de pirâmide e dos lados tinha rapado com a máquina zero.
Muitas pulseiras de pano com cores sortidas que tinha comprado numa loja do Martim Moniz, de uma orixá reformada.
Meteu-se num carro da Uber, enfim sempre era dia de festa e queria parar mesmo em frente da passadeira de honra.
Ao sair do carro, veio uma polícia de serviço que lhe disse de impromptu:
- Aonde pensa que vai assim vestido? O seu convite?
Peninha não tinha de facto convite mas pensou que com este traje seria logo confundido com uma star da constelação da REVISTA COSTAS.

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