quinta-feira, 12 de maio de 2016

DILMA

DILMA

Fez muitas asneiras, com certeza, terá a consciência pesada de acções e omissões, corrupções, cumplicidades.

Estava no Brasil quando foi a posse dela e fiquei entusiasmado com o discurso, a pose de mulher só num país herdado de Lula, corajosa no que disse que queria e que ia fazer. Até me lembro de ter comentado e escrito do Brasil para os meus amigos.

Fui durante três anos muitas vezes a terras de Vera Cruz, quase a cada três semanas , e a vários Estados, e estive com quase todos estes que agora estão implicados - Odebrechts, Camargos Corrêas, Votorantins, etc e óbviamente não era conhecedor do que faziam ou não de pouco correcto no país deles, mas sentia-se no ar uma esperança e mesmo os meus amigos mais direitistas lhe davam o benefício da dúvida.

Em algumas das fotografias que a imprensa publica das manifestações anti-Dilma, vêem-se dondocas esticadas, com grandes bocarras pintadas mas inertes, pretensamente a gritar e a festejar. Os homens e rapazes não parecem melhores: lembram os corruptores que se congratulam pela chance de recomeçarem com nova gente ou até movendo-se na sombra para a instauração de uma reforçada ditadura militar. Sente-se no que dizem e apregoam, que era o que lhes apetecia.


Conheci gente perto de Dilma e sei que houve muita podridão, conspurcação do exercício legítimo e limpo do poder para que foi eleita e muitos apaniguados à sua volta a sugarem da máquina do poder. A falta de tudo o que diferencia os maus dos bons, não engana.


No entanto....esta fotografia de uma Presidenta desolada, a sair cabisbaixa do seu pelouro não deixa de nos chamar a atenção para quão fátuo o poder é...


E também para quem, como eu, que gosto da magnanimidade, na hora incerta e infeliz, de solidão e aflição...o que se deve é respeitar os vencidos.

Compete a quem de direito julgar, fazer pagar e culpar ou não dando direito à defesa, mas é com o silêncio que, como seres humanos, devemos olhar para quem sai derrotada e amargurada.

Quem sabe, alguma vez, nas nossas vidas e à nossa medida, não tenhamos já sentido este sabor da derrota.

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