segunda-feira, 28 de novembro de 2011

negrinho inocente


Não sei se sabem que eu sou Cônsul-Geral da República da Serra Leôa em Portugal (há muitos anos já) e tenho cerca de 400 africanos deste país que por cá habitam e trabalham.

Sou uma espécie de Padrinho que zelo por eles, protegendo-os e defendendo-os e por isso gostam muito de mim.

Porque digo isto? Porque hoje esteve cá um negrinho com uma cara redonda e uns olhos expressivos e bem novinho e depois de tratarmos de assuntos consulares perguntei-lhe se ele era muçulmano ao que disse que sim.

De propósito ofereci-lhe com um ar maroto se não queria um whiskey e ele desatou numa enorme gargalhada a dizer que não bebia álcool, nem fumava.

Conversa (aliás agradável) puxa conversa e derrapámos para a morte e céu e o inferno e pecados...acho que saiu do Consulado com a fé dele menos fortalecida...sou tão mau!

Combinámos que da próxima ele me trazia argumentos mais convincentes sobre o céu...

Ele abalou com um sorriso de orelha a orelha e a ouvir eu perguntar-lhe se porventura ele conhecesse alguém do céu ou do inferno que me apresentasse.

Eu estive tentado a falar-lhe da minha correspondência com o meu primo Luis Bernardo..

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