terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Novo programa de Miguel Sousa Tavares



Havendo tantos outros temas para abordar num primeiro programa, a estreia de Miguel Sousa Tavares foi um flop, na minha opinião!

Como nenhum dos dois gosta um do outro, não me importo de ser crítico!

Perguntas:

1. para receber um chorudo cachet tem que assegurar audiências para a SIC, pois a TVI lidera! Achará ele que matraquear os Portugueses com uma entrevista com o Primeiro-Ministro chata, repetitiva de tudo quanto já tem sido escrito, lido, ouvido e redito vai entusiasmar os potenciais novos espectadores?

2. não seria mais interessante inovar e vir falar de coisas, de pessoas, de factos positivos, de sucesso e de assuntos captivantes? Ou Portugal reduz-se ao Governo, aos partidos e à política?

3. não há Portugueses cá dentro e lá fora que vão vivendo, trabalhando e produzindo com garbo, prestígio, brilho e luzimento para o nosso país? Porque são sempre os mesmos a entrevistar e a serem entrevistados?

4. já que gosta tanto de fumar, talvez não nos importássemos de o ver enterrado num bom sofá muito confortável de perna traçada, com uma bebida apetecível ao lado que beberricaria de quando em vez, entrevistando e conversando sobre cultura, música, literatura, poesia, arte, cinema, teatro, com gente inteligente e diferente que tornasse o nosso serão em momentos de cumplicidade em vez de uma valente séca ? Em França chamava-se "bouillon de culture"!

5. será que só se pode falar de futebol e de política para criar um novo programa que "seja" um potencial sucesso?

Termino dando dois exemplos que ilustram o que atrás fica por mim dito e a que veementemente convoco os meus bondosos leitores:

a. o programa ao Domingo à noite pelas 22h na rtp2, de nome "Câmara Clara" com a Paula Moura Pinheiro. A não perder!

b. o Colégio S.João de Brito em Lisboa, dos Jesuítas, organiza no dia 13 de Março várias conferências por "gente conhecida" que não têm nem a ver com o colégio, nem com os Jesuítas, são, como se diz agora, da sociedade civil (Ricardo Araújo Pereira; o "chef" José Avillez, economistas, advogados, engenheiros, artistas de teatro e de cinema, pintores, escultores que vão falar de coisas agradáveis e das suas experiências positivas aqui no Reino de Portugal, sim aqui, mesminho no país dos Sócrates, dos Soares, dos Rangéis, dos Passos Coelhos e dos Portas e dos Louçãs e dos Jerónimos de Sousa!

É para gente abaixo dos 40 e o link é: http://www.feejustica.net/

MNA

4 comentários:

  1. HA, HA! Bom balanço! de facto mais do mesmo esta entrevista! um abraço, Ramiro

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  2. vindo de ti este comentário, é muito animador. thanks

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  3. Também acho que foi mto pouco inovador. O conteúdo, já se sabe, é previamente sujeito a negociação e 'aceite'pelo gabinete do 1.º Ministro. Já se sabe que Sócrates é um 'control freak', e que qualquer palavra que fugisse ao previamente acordado daria direito a uma das costumeiras birras. Até aqui, nada de novo.
    O que de alguma forma me espantou foi a subserviência com que MST se predispôs a este simulacro de entrevista. Ainda para mais quando tem a veleidade de chamar ao seu programa "Sinais de Fogo", título que confessadamente retirou de um dos maiores romances portugueses do séc. XX, escrito por um pensador maior da nossa praça. Penso aliás muitas vezes na dimensão deste homem, que não é, em grande medida, reconhecida. Concedo que não fosse uma personagem muito simpática à generalidade dos portugueses, na medida em expressamente se zangou com a Pátria (por alegadas desconsiderações de que teria sido objecto) e por isso nunca mais quis voltar a Portugal.
    Mas o seu maior pecadilho, com consequências letais para o seu reconhecimento, terá sido seguramente o de não prestar vassalagem à inteligentsia (esquerdista) que no seu tempo (bem como, aliás, antes e depois dele) controlava os critérios editoriais e a crítica literária, promovendo os amigos e rejeitando todos os outros.
    Lamentável...
    Um abraço
    Gonçalo Machado

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  4. concordo contigo e quando o Jorge de Sena foi recentemente publicado comprei a colecção das suas obras e estou a lê-las com prazer.

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