sábado, 20 de janeiro de 2024

Conversas entre Amigos


 Conversas entre Amigos


As famílias portuguesas, não são muito felizes.

Não me refiro à falta de dinheiro, emprego, incerteza quanto ao futuro, algumas e não tão poucas assim, vivem a pobreza.

Não se pode dissociar os aspectos sociais, políticos e de desiquilíbrio emocional da vida interior de cada membro de uma família.

As relações entre cônjuges, pais e filhos, idosos de cada agregado familiar podem tornar a vida um pesadelo.

Como é triste ver pais e avós serem ignorados, pouco visitados e compartilharem as suas ideias pois a maioria trabalhou, criou a sua personalidade e riqueza intelectual. É injusto não querer ouvir, trocar ideias ao mesmo nível de intelecto entre mais velhos e mais novos.

A IA ou AI ( Inteligência artificial) já vai avançando com muita rapidez: um dia destes, todos ou quase todos perdem os empregos e ficamos todos debaixo do pensamento de robôts, plataformas de decisões, que julgamos agirem como nós os programámos, mas cada vez mais, se ouve e lê que se tornam autónomos.

Voltando à realidade actual talvez não seja tão mau estar sózinho, mas abandonado e isolado é doloroso e a maior parte dos frequentadores dos lares de idosos, é disso que se queixam.

Uma vez no desempenho das minhas funções de Presidente de uma empresa internacional de grande dimensão fui visitar com os meus Directores o "Lar do Comércio" que albergava cerca de 4.000 reformados ou idosos.

Em conversa com o gerente, enquanto os meus colaboradores tratavam para o que vinham, ele disse-me:
- a maioria dos 4.000 residentes NÃO eram visitados senão de 5 em 5 anos.
- quando morriam, os filhos ou outros familiares, telefonavam a saber se teriam deixado algum dinheiro escondido no colchão;
- a pior das situações era quando telefonavam ao gerente a perguntar quanto custava uma coroa de flores. Pediam o NIB para transferirem o pagamento e ele deixar as flores no enterro, pois não iam.

O passado não interessa, e deve-se perdoar para que o futuro, muitas vezes curto, deixe uma memória de felicidade.

Temos que fazer um esforço para termos as famílias unidas e felizes, pois aqui em Portugal o que se avizinha é uma época de incertidão e todos nós temos que estar preparados para superar o futuro breve, de um país pobre.

Não chega o sol, mas há tanta, tanta coisa a fazer do zero ou modificar que só seremos felizes se conjugarmos a união interior ao esforço progressivo de sobreviver.

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