quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

O SENHOR CARDEAL PATRIARCA e as DECLARAÇÕES QUE PRESTOU







O SENHOR CARDEAL PATRIARCA e as DECLARAÇÕES QUE PRESTOU

Na minha óptica o que o Sr. Cardeal disse é fruto de uma opção: seguir a doutrina da Igreja que ainda não foi claramente modificada ainda que o Papa Francisco tenha tentado e por outro lado terá demonstrado falta de bom-senso.

O bom-senso é muito mais importante do que a inteligência e requer-se a quem tem responsabilidades de governar (por exemplo o Presidente Trump, a quem faltam as duas) bem como a uma Igreja seja ela católica ou evangélica (veja.se o escândalo da IURD).

Vejamos o seguinte:

1. A frequência dos sacramentos implica ter-se fé e para além disso conhecimentos teológicos para se compreender do que se trata e de que passam a estar privados. Ou seja, se um membro de um casal divorciado, tiver sido forçado ao divórcio pela outra parte, sendo católico/a praticante e acreditar que a comunhão é transfiguração de Deus numa hóstia de pão, não vejo porque não possa comungar. Dir-se-á, voltou a casar pelo registo civil sem ter anulado o casamento canónico (se eventualmente até houver razões para tal) mas se o novo casal for sinceramente crente e procure a felicidade dentro da Igreja Católica, eu acho aceitável que comungue (pois é a este sacramento que estão impedidos, só, ou a um novo matrimónio canónico a que pelos vistos renunciaram).

2. Se se olhar objectivamente para estes assuntos de regras canónicas rígidas da Igreja que este Papa quer rever, adoçar com tempo e modificar verificaremos que o mais importante é:

- Incentivar a que os fiéis aprofundem a sua fé e sejam sinceros, simples e a pratiquem de boa-vontade e não com ameaças de exclusão da Igreja, ou de cometerem pecados graves, e pagarem com o fogo do Inferno. Cada vez mais, menos gente vai acreditando nisso.

- deixar que de uma forma ampla e aberta se “beneficie” de tudo quanto os sacramentos, para quem tem fé, trazem de graças e de esperança e de consolo. É como se um supermercado, impedisse que comprassem os seus produtos, pessoas de alguma raça, ou língua ou estatuto, ou situação diferente dos demais. Asneira para os donos que receberiam menos dinheiro e indignação para a comunidade...se não fosse racista de qualquer tipo.

Os sacramentos por definição são para serem usados abundantemente e produzirem os efeitos para que foram criados.

3. Todas as religiões tendem a ter regras fixas e rígidas como uma forma de controlo sobre os fiéis. Por isso se diz que são opressivas ou opressoras e aquelas distintas da religião católica, são-no ainda muito mais (veja-se a muçulmana, por exemplo) em que as punições são físicas. Na Igreja católica, actualmente…., já não há mais prisões nem perseguições como na época medieval nem inquisições, são normas morais sobre as quais a coacção é unicamente sobre a consciência, ou seja o do cumprimento moral.

4. Sejamos lúcidos: nunca houve expressamente nenhuma disposição directa de Jesus para todos estes princípios. Não há provas disso. Sabe-se desde há muito que os Evangelhos e os Actos dos Apóstolos que contém a pregação de Jesus, foram escritos dezenas de anos depois e não pelos Apóstolos, pois se tomarmos o caso de S.Pedro que era um modesto pescador, não sabia ler nem escrever.

5. Trata-se por isso de toda uma série de regras administrativas (canónicas) da Igreja e dos diferentes Papas que conforme os interesses, o ambiente de cada época assim definiam. Não vou ao ponto de dizer que as religiões todas são “bancos de fiéis” mas num sentido se não houver um espírito colectivo de “clube”, “associação” de fiéis para um determinado objectivo que é no caso da Igreja Católica, a pregação da salvação, não há fundos para a manutenção das estruturas e o pagamento dos “operários da messe” como cita diz os Evangelhos, acrescentando ainda que são poucos.

6. A prática do amor aos outros, a partilha, a paz e a concórdia, com vista à criação da célula ainda hoje predominante, que é a Família, devem ser o substracto da proclamação da Igreja Católica.
7. Mais uma vez cito o bom-senso: não é fácil mudar rapidamente, mas deve presidir à mudança, amor e respeito por todas as opiniões e por outro lado a firmeza de não hesitar em acompanhar os tempos que correm.

8. Nada do que foi dito pelo Sr. Cardeal vai modificar seja o que for. Pelo contrário, acirrará ódios e incompreensão de quem muitas vezes é IGNORANTE em relação à dita Igreja que em momentos de turbulência pretende afirmar-se como seu membro. Sabem pouco da história da Igreja e das dificuldades que Papas, teólogos e cristãos interessados e informados têm tido ao longo dos séculos.

9. Quem quer ter “relações sexuais” apesar de divorciado vai continuar a tê-las e o Sr. Cardeal não as assombrará, quem quiser comungar vai continuar a fazê-lo, por isso tudo isto era desnecessário.

10. Aliás, aqui entre nós, devem-se contar pelos dedos de uma mão o número de divorciados que querem comungar e são assim tão prejudicados….os que saltam de mulheres ou homens e de camas estão tudo menos interessados na fé católica e nas suas regras. Deixemo-nos de hipocrisias.

Talvez fosse interessante, aproveitando a deixa, que quem tenha dois dedos de testa e seja minimamente capaz de ler, por-se a actualizar os seus conhecimentos ou mesmo a conhecê-los desde o início.

Desde há muito que penso assim, e esta é a minha opinião.


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