terça-feira, 29 de agosto de 2023

O Peninha e o enterro de Prigozhyn


 O Peninha e o enterro de Prigozhyn

O Peninha está farto de estar entre S.Petersbourg e Moscovo, â espera que a data do enterro de Prigozhin seja fîxada, e aonde.

Alguém dos Serviços Secretos lhe disse que o Putin não estaria presente e que seria um enterro à porta fechada.

O Peninha vestiu o traje de trabalhador, de ganga azul com umas tiradas nos ombros e o resto das calças não estavam separadas da parte de cima.

Um verdadeiro trabalhador do PCP com um boné mal enjorcado e às 3 pancadas na cabeça.

Quando se aproximou da porta que dava acesso à sala aonde estava o corpo em câmara ardente, perguntaram-lhe a palavra de código e ele disse o que só sabia de russo: "vodka"!

Deixaram-no entrar pois acharam que ele queria matar a sua mágoa com vodka.

Continuaram a dar-lhe explicações aonde era o bar mas Peninha assim vestido era merecedor de grande admiração e respeitaram-lhe o silêncio, pois também Peninha não entendia o que lhe diziam e calhava-lhe bem estar calado.

Lá entrou e aproximou-se do caixão, e lembrando-se como eram as saudações entre russos, curvou-se para a cara do morto e deu-lhe um intenso e demorado beijo na boca.

Os outros não o faziam, mas acharam que estando assim vestido à trabalhador, devia ser de uma Kolkose importante e só o olharam ainda, com maior consideração.

Peninha remeteu-se ao silêncio, acocorado num banco traseiro. Não parou de contar rublos (com um valor muito baixo nos mercados cambiais, e quando já tinha centenas de notas de rublo), perguntou aonde era o bar.

Fez gestos com as mãos, como se quisesse beber, e lá lhe indicaram o sìtio.

Pediu um Licor Beirão, mas só lhe apontaram uma garrafa de vodka.

Bebeu uma garrafa inteira e isto causou-lhe uma sensação de liberdade e de achar que falava russo!

Começou a falar à português rasca, com palavrões duros e isto era dirigido ao Kremlin.

Foi forçado a sair e levado ao hotel e identificado como luso.

No avião de regresso a Portugal, veio meio a dormir de ressaca.

Ao chegar ao aeroporto de Lisboa, com a roupa de trabalhador toda vomitada, foi mandado para o sindicato dos trabalhadores de canalizações, no pressuposto de que teriam casas-de-banho na sede.

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