O Peninha e o enterro de Prigozhyn
O Peninha está farto de estar entre S.Petersbourg e Moscovo, â espera que a data do enterro de Prigozhin seja fîxada, e aonde.
Alguém dos Serviços Secretos lhe disse que o Putin não estaria presente e que seria um enterro à porta fechada.
O Peninha vestiu o traje de trabalhador, de ganga azul com umas tiradas nos ombros e o resto das calças não estavam separadas da parte de cima.
Um verdadeiro trabalhador do PCP com um boné mal enjorcado e às 3 pancadas na cabeça.
Quando se aproximou da porta que dava acesso à sala aonde estava o corpo em câmara ardente, perguntaram-lhe a palavra de código e ele disse o que só sabia de russo: "vodka"!
Deixaram-no entrar pois acharam que ele queria matar a sua mágoa com vodka.
Continuaram a dar-lhe explicações aonde era o bar mas Peninha assim vestido era merecedor de grande admiração e respeitaram-lhe o silêncio, pois também Peninha não entendia o que lhe diziam e calhava-lhe bem estar calado.
Lá entrou e aproximou-se do caixão, e lembrando-se como eram as saudações entre russos, curvou-se para a cara do morto e deu-lhe um intenso e demorado beijo na boca.
Os outros não o faziam, mas acharam que estando assim vestido à trabalhador, devia ser de uma Kolkose importante e só o olharam ainda, com maior consideração.
Peninha remeteu-se ao silêncio, acocorado num banco traseiro. Não parou de contar rublos (com um valor muito baixo nos mercados cambiais, e quando já tinha centenas de notas de rublo), perguntou aonde era o bar.
Fez gestos com as mãos, como se quisesse beber, e lá lhe indicaram o sìtio.
Pediu um Licor Beirão, mas só lhe apontaram uma garrafa de vodka.
Bebeu uma garrafa inteira e isto causou-lhe uma sensação de liberdade e de achar que falava russo!
Começou a falar à português rasca, com palavrões duros e isto era dirigido ao Kremlin.
Foi forçado a sair e levado ao hotel e identificado como luso.
No avião de regresso a Portugal, veio meio a dormir de ressaca.
Ao chegar ao aeroporto de Lisboa, com a roupa de trabalhador toda vomitada, foi mandado para o sindicato dos trabalhadores de canalizações, no pressuposto de que teriam casas-de-banho na sede.
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