sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Uma beleza de poema, talvez dos mais bonitos que tenho lido


Do not stand at my grave and weep
I am not there. I do not sleep.
I am a thousand winds that blow.
I am the diamond glints on snow.
I am the sunlight on ripened grain.
I am the gentle autumn rain.
When you awaken in the morning's hush
I am the swift uplifting rush
Of quiet birds in circled flight.
I am the soft stars that shine at night.
Do not stand at my grave and cry;
I am not there. I did not die.


Mary Elizabeth Frye

domingo, 26 de agosto de 2018

O PAPA FRANCISCO NA IRLANDA


O PAPA FRANCISCO NA IRLANDA

Tentei ser o mais isento possível (até porque admiro o Papa Francisco) e senti que o Papado está a escorregar entre os dedos, ou seja não chegam pompas - com ele é o mínimo - e discursos e missas com menos gente e a maioria idosos para entusiasmar os fiéis e ressuscitar a mensagem de amor e de paz de um Jesus que foi bem claro no que considerou essencial.

Muitos inimigos internos, idade do Papa que o torna mais vulnerável, notícias bombásticas todos os dias no mundo desde guerras reais ou a ameaças....tudo é tão rápido que as mensagens do Papa não causam já o impacto necessário.

Este assunto premente e actual do envolvimento de sacerdotes e bispos e cardeais e de instituições ultrapassam este ou outro qualquer Papa.

As desculpas e pedidos de perdão ficam muito bem mas infelizmente não são considerados (injustamente) suficientes para não servirem de ataques ao Papa.

E a Casa Pia e quem nela esteve envolvido (os grandes tubarões que nada sofreram e que já do tempo do anterior regime havia sem castigo) que andam por aí.

E em todos os países do mundo aonde esta prática existe mais ou menos conhecida.

Isto para voltar ao Papa Francisco e a lamentar que por mais que faça, castigue, persiga e condene seja o alvo de perseguição por muitas "seitas" dentro e fora da Igreja.

Um dia destes há de morrer ou ser afastado ou morto e a Igreja não vai desaparecer por um buraco escuro.

O importante é varrer todos os que dentro da Igreja são contra um aggiornamento das regras da Igreja, das que não são básicas da doutrina, tantas quantas este Papa tenta pregar e fazer com que os fiéis se sintam mais acarinhados e receptivos.

Fiquei revoltado, triste e com a vontade de ser activo em qualquer vaga de fundo que gente boa e valorosa queira fazer a favor do Papa.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

EM JEITO DE PRINCÍPIO DE FÉRIAS


EM JEITO DE PRINCÍPIO DE FÉRIAS

Cada ano é um ano. E desde as férias propriamente ditas do ano anterior e consideradas como " oficiais" fora das outras durante o ano ou pelo menos de lazer, tantas coisas podem ter ocorrido.

Mortes, maus negócios, nascimentos e bons negócios, saúde e doença, guerras, sofrimento interior e exterior, países com economias instáveis, piores expectativas de vida futura, separações, uniões, luzes e sombras, encontros e desencontros, desilusões e esperanças, músicas admiráveis, um livro sublme e genial, pessoas novas nas nossas vidas, velhos amigos que se reencontram.

A lista é exaustiva e incompleta e todavia o mais importante a reter é dar graças de se estar vivo e poder pensar em liberdade e exprimir a nossa gratidão, o nosso amor e a nossa amizade a quem o ou a merece.

É tempo de reflexão e de análise, de novos planos que se conjeturam debaixo de sombras acolhedoras ou do silêncio de um bosque verde e frondoso, num terraço em frente de uma casa acolhedora em que os anfitriões sabem respeitar por um lado o desejo de paz e tranquilidade e por outro de convidarem à descoberta de "maravilhas" desconhecidas.

Tenho este hábito de nas férias entrar em período de uma certa hibernação e de sentir-me pequeno perante a incerteza da vida: estarei ou não vivo ou lúcido ou saudável para poder aspirar a este novo ciclo que recomeça.

sábado, 11 de agosto de 2018

Tsundoku: The practice of buying more books than you can read


The Japanese word describes piling up books to save for later ... even if you'll never actually read them.

"Even when reading is impossible, the presence of books acquired produces such an ecstasy that the buying of more books than one can read is nothing less than the soul reaching towards infinity." – A. Edward Newton, author, publisher, and collector of 10,000 books.

Are you one of us? A master of tsundoku? Mine takes the shape of the aspirational stack by my bedside table – because I am going to read every night before bed, of course, and upon waking on the weekends. Hahaha. My tsundoku also takes shape in cookbooks ... even though I rarely cook from recipes. And I think I most fervently practice tsundoku when I buy three or four novels to pile in my suitcase for a five-day vacation. Sometimes not even one sees its spine cracked.
Thank heavens the Japanese have a word to describe people like us: tsundoku. Doku comes from a verb that can be used for "reading," while tsun "to pile up." The ol' piling up of reading things.
"The phrase 'tsundoku sensei' appears in text from 1879 according to the writer Mori Senzo," Professor Andrew Gerstle, a teacher of pre-modern Japanese texts at the University of London, explains to BBC. "Which is likely to be satirical, about a teacher who has lots of books but doesn't read them." Even so, says Gerstle, the term is not currently used in a mocking way.
Tom Gerken points out at BBC that English may in fact seem to have a similar word in "bibliomania," but there are actually differences. "While the two words may have similar meanings, there is one key difference," he writes. "Bibliomania describes the intention to create a book collection, tsundoku describes the intention to read books and their eventual, accidental collection."
Mmm hmm, guilty as charged.
It's interesting to consider the future of books right now – and the potential fate of words like tsundoku. We have dedicated e-readers and phones and tablets that could easily spell doom for the printed page. We have tiny houses and a major minimalism movement, both of which would seem to shun the piling of books that may go eternally unread. We have increasing awareness about resources and "stuff" in general; is there room for stacks of bound paper in the modern world?
While generally uncluttery, treehugging me thinks that transferring my tsundoku to a list of digital editions rather than a stack of physical ones might be the way to go ... but the truth is, real books that one can hold in the hands are one of the things that I am loathe to abandon. I love the smell, the weight, the turning of pages. I love being able to easily flip back a few pages to reread a sentence that persists in my memory. And maybe, apparently, I love buying books that, ok, maybe I don't seem to actually read.
So here's the deal I've made with myself. I will resist fast fashion and crummy unsustainable food and a bunch of plastic crap that I don't need. And in return, I will allow myself to engage in some tsundoku – besides, it's not actually a waste because of course, I'm going to get to that teetering stack of books someday, really! And if the Japanese have a poetic word for it, it must be alright.

NINGUÉM ESTÁ LIVRE DE CRÍTICAS


NINGUÉM ESTÁ LIVRE DE CRÍTICAS

Estive a por em ordem algumas centenas de livros que tenho vindo a comprar ao longo de 1,5 ano e todos eles depois de novamente folheados me suscitam um entusiasmo imediato em os ler.
Compro-os, imaginando quando os irei ler, num determinado momento, ou para me inteirar mais de um assunto, personagem, ou de um qualquer facto histórico.

Tenho medo que daqui a uns anos eu, como muitos outros detentores de milhares de livros, os encontremos em alfarrabistas ( de meritória existência) que vão comprando estupendas bibliotecas ao kilo. E depois o que a mim me custou, por exemplo €23,00 é revendido em excelente estado por €8,00 a € 9,00 se não voltarem para trás de leilões on-line ou venda directa no facebook sem tomadores. Está na moda agora e pululam variados anúncios de alfarrabistas que propõem livros baratos todos os dias. Tenho comprado alguns a bom preço mas não tão excitante assim o que pensava recuperar de bons autores.

Ora, folheando esta tarde as páginas de um livro de um autor conhecido, verifiquei que no decurso da estória que contava e bem o fazia, se socorria de testemunhos, ou fontes ou mesmo de citações de terceiros.

E aqui é que é fascinante constatar que nenhum de nós escapa à crítica. Seja pelas fontes que acima citei que se pronunciam num sentido mais favorável ou negativo, o que é um facto é que o que escrevemos não é nunca tão linear que mereça o aplauso e o louvor por que tanto ansiamos.

Sim, porque seria hipócrita e masoquista que desde a primeira linha de um livro que escrevamos saibamos logo que vai ser maioritáriamente criticado no sentido negativo.

Daí que sugiro aos meus amigos escritores e a quem à escrita se dedica sem os pregaminhos já conquistados em prémios literários, que pura e simplesmente inventem!

A minha biografia inventada terá muito mais graça do que a verdadeira. E não será preciso mentir! É só passar ao lado e contar coisas do outro mundo....entendamo-nos do tal inventado e que esse sim, pode ser como dizem os franceses numa expressão feliz : "peaufiné".

Vamos então a isso e em breve, assim me ajude o engenho e a arte tereis uma biografia ou do Peninha ou do Vicente Mais ou Menos de Souza ( o nome do autor do meu blogue).

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Segredo de uma velhice agradável



O segredo de uma velhice agradável consiste apenas na assinatura de um honroso pacto com a solidão.

Gabriel García Marquez

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Por onde anda Dom Duarte de quem não se ouve uma palavra sobre o descalabro do País


Por onde anda Dom Duarte de quem não se ouve uma palavra sobre o descalabro do País

Fica sempre bem ver o Príncipe da Beira ser bombeiro. É enrijecedor para ele que ainda é moço mas não é o seu futuro. São "maniobras" de marketing que não fazem mal a ninguém.

Mas e o Pai? Um silêncio sepulcral em relação aos incêndios, ao sofrimento das gentes afectadas.

E quanto aos Costas e Marcelos do regime republicano? Nem uma palavra, ao menos sensata, não se exige nada de genial, porque não é capaz.

Face ao descalabro deste mundo, aos Trumps e Kims, aos Putins, ao avanço do Islão, aos emigrantes, à guerra constante e durável há anos entre Israel e a Palestina, ao que se vai passando em Angola e Moçambique para já não falar de Portugal.

A pobreza, o desengano, a corrupção, a incompetência e a falta de educação nas escolas e nas famílias.

Então para que serve um pretendente a um vago trono?

Nem com a Nobreza se dá bem: afasta -se, não a ouve e não ensina e moderniza-a nas novas gerações para ganharem o País servindo aos mais diversos níveis na política como meio de irem bem influenciando e conquistando as populações para a boa causa.

E com a Igreja e com o Papa a quem bem podia inspirar-se na mensagem de amor aos desfavorecidos, aos injustiçados e aos que fazem a guerra e que pregam a violência.

É bem verdade a frase de Camões:

Fraco Rei, faz fraca a forte gente!

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

DESCULPAR-ME-ÃO

DESCULPAR-ME-ÃO

Desculpar-me-ão se volto ao texto de há uns dias, aliás longo, mas bem concreto de como vai MAL este país.
Claro que está tudo nas praias e quiçá no estrangeiro de férias. Fazem bem. Mas quando voltarem verão como a crise os morde, insinuosamente, sem grande alarde, com as costumeiras cosméticas de boas notícias aqui e ali, panaceia dos aldrabões e dos matreiros, que com papas e bolos enganam os tolos.
Acho que chegou o tempo de agir e sem hesitações. Citando o meu texto anterior: " Não gosto do socialismo, nem da extrema-esquerda nem dos comunistas. Não gosto também nem da extrema-direita nem da direita estúpida e saudosista.
No entanto considero-me quer com preparação política quer com experiência profissional para saber distinguir o que é (i) possível fazer dado sermos um país pobre (ii) o que não se faz ou fez por incúria, incompetência, corrupção, voluntáriamente e até por políticamente se ter visões diferentes para as alternativas.
Há de tudo isto em todas as forças políticas, partidos, Presidentes da República, putativos pretendentes à restauração da Monarquia. Não há por isso, e na minha opinião, grande esperança num futuro equilibrado social e financeiro para o nosso país."
O Presidente Marcelo tem vindo progressivamente a perder o capital de esperança que a sua eleição criou, pelo menos a mim, que o conheço desde sempre. O povo bom e triste pelos "azares" que lhe vão acontecendo e não falo só dos incêndios, ainda vai olhando para os "afectos" com alguma reciprocidade. Mas chega de beijos de protagonismo balofo e bacoco e sobretudo sem resultados visíveis no seu poder de influência junto do Governo e do Parlamento. O Presidente Marcelo, hoje em dia, está feito com o Primeiro-Ministro sabe-se lá porquê? Para garantir o poder de um e de outro? Para ter estabilidade ilusória que evite sobressaltos que é a coisa de que Marcelo mais detesta?
Há que acabar com isto por uma vez. Já o disse e repito seja com uma revolução ou um golpe de Estado se pela via democrática for impossível. Vai ainda acontecendo pelo mundo e estuda-se na Ciência Política.
Os Portugueses estão amorfos de canga ao pescoço como se de gado se tratassem e também como referia no aludido meu texto " Infelizmente nem Cristas, nem Rio, nem Santana Lopes estarão preparados para governar com força, competência e êxito.
A não ser que a geração abaixo da minha, e ainda mais nova, acordem e queiram tomar o seu destino nas mãos, teremos um paísinho para os seus filhos e netos.
Sei que são bem pagos e têm mordomias no privado.
Mas há momentos na vida dos países , sobretudo o do nosso e o dos nossos filhos e netos, em que é preciso unir "as gentes boas, sérias e honestas, patriotas" para mudar.
O povo aceita que a nova geração experiente e competente que lhes trace programas de recuperação sejam melhor pagos e tenham uma certa compensação por abdicarem das suas vidas profissionais privadas: só lhes pede é RESULTADOS e óbviamente melhores, sem corrupções.
É preciso uma espécie de novo grito do Ipiranga!
Gostava que pensassem nisto. A fotografia é de uma mão a sair do funo de um poço a pedir ajuda...triste, não é?

Vou-me Embora pra Pasárgada


Vou-me Embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcaloide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

 (Manuel Bandeira)

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

ANDA MAL O GOVERNO EM PORTUGAL



ANDA MAL O GOVERNO EM PORTUGAL

É sabido que não sou radical e não tenho nem nunca tive palpitações, taquicárdia, nem me vesti na minha toca de preto deixando crescer o bolor à minha volta, por termos um Governo socialista apoiado por um BE e PCP.

Não gosto do socialismo, nem da extrema-esquerda nem dos comunistas. Não gosto também nem da extrema-direita nem da direita estúpida e saudosista.

No entanto considero-me quer com preparação política quer com experiência profissional para saber distinguir o que é (i) possível fazer dado sermos um país pobre (ii) o que não se faz ou fez por incúria, incompetência, corrupção, voluntáriamente e até por políticamente se ter visões diferentes para as alternativas.

Há de tudo isto em todas as forças políticas, partidos, Presidentes da República, putativos pretendentes à restauração da Monarquia. Não há por isso, e na minha opinião, grande esperança num futuro equilibrado social e financeiro para o nosso país.

Devo acrescentar, se serve de consolação, que em muitos países do mundo é bem pior - mas do mal dos outros estou -me bem nas tintas em termos políticos - e não se vislumbra nenhum "génio da lâmpada" que realmente impressione, que lidere espiritualmente, em termos de exemplo irrepreensível e com soluções simples mas eficazes.

Voltando ao título desta nota: Costa e o seu Governo e seus aliados estão a abusar de incompetência, corrupção, ineficácia e sobretudo de uma coisa que me irrita sobremaneira: matreirice!

Nenhum Governo tem culpa dos incêndios, mas já o que se passa na saúde, nos transportes, na impreparação para o boom turístico ( aeroporto, preços da habitação irrealísticamente inflaccionado, etc), impostos elevados, salários baixos, cativações financeiras para cosmetizarem os resultados ISTO É CULPA DO GOVERNO.

Está na hora de mudar! Sem mais rebuços!

O Presidente Marcelo tem o segundo mandato garantido. Chega de beijos, lambuzadelas, abraços e de atitudes ridículas e despropositadas. Está na altura de se portar como um homenzinho e dar uns berros valentes ao Costa e aos seus aliados. Senão, rua!

Infelizmente nem Cristas, nem Rio, nem Santana Lopes estarão preparados para governar com força, competência e êxito.

A não ser que a geração abaixo da minha, e ainda mais novos, acordem e queiram tomar o seu destino nas mãos, teremos um paízinho para os seus filhos e netos.

Sei que são bem pagos e têm mordomias no privado. Vão à neve fazer sky, a Bali e gastam em restaurantes e bons carros.Talvez alguma moderação lhes fizesse bem sem sequer eu discutir o mérito.

Mas há momentos na vida dos países , sobretudo o do nosso e o dos nossos filhos e netos, em que é preciso unir "as gentes boas, sérias e honestas, patriotas" para mudar.

Com revolução ou em democracia.

Por isso apesar de ter chegado ontem do Algarve de uns dias de férias na praia, neste país acolhedor e de sol e de praias e de boa gente, não chega PORRA!

É este um desabafo ao pé do Tejo aonde encontro paz e ânimo.

É uma espécie de grito do Ipiranga!

Pensem nisto e passem a palavra.

É preciso avisar a malta!