quinta-feira, 29 de abril de 2010

Our House


We play at our house and have all sorts of fun,
And there is always a game when supper is done;
And at our house there is marks on the walls and the stairs,
And some terrible scratches on some of the chairs;
And mother says that our house is surely a fright,
But father and I say that our house is all right.


At our house we laugh and we sing and we shout,
And whirl all the chairs and the tables about,
And I hassle my father and I get him down too,
And he is all out of breath when the fighting is through;
And mother says our house is surely a sight,
But father and I say that our house is all right.


I have been to houses with father where I had
To sit in a chair like a good little lad,
And there wasn’t a mark on the walls and the chairs,
And the stuff that we have couldn’t come up to theirs;
And father said to mother that for all of their joy
He wouldn’t change places and give up his boy.


They never have races nor hassles or fights.
Because they have no children to play with at nights;
And their walls are all clean and their curtains hang straight,
And everything is shiny and right up to date;
But father says with all of its racket and fuss,
He would rather by far live at our house with us.

by Edgar Guest

segunda-feira, 26 de abril de 2010

MEMÓRIAS DO PORTUGAL RESPEITADO


Corria o ano da graça de 1962. A Embaixada de Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões de dólares (em termos actuais algo parecido com € 50 milhões) com instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano Marshall.

O embaixador incumbiu-me – ao tempo era eu primeiro secretário da Embaixada – dessa missão.

Aberto o expediente, estabeleci contacto telefónico com a desk portuguesa, pedi para ser recebido e, solicitado, disse ao que ia. O colega americano ficou algo perturbado e, contra o costume, pediu tempo para responder.

Recebeu-me nessa tarde, no final do expediente. Disse-me que certamente havia um mal entendido da parte do governo português. Nada havia ficado estabelecido quanto ao pagamento do empréstimo e não seria aquele o momento adequado para criar precedentes ou estabelecer doutrina na matéria.

Aconselhou a devolver o cheque a Lisboa, sugerindo que o mesmo fosse depositado numa conta a abrir para o efeito num Banco português, até que algo fosse decidido sobre o destino a dar a tal dinheiro. De qualquer maneira, o dinheiro ficaria em Portugal. Não estava previsto o seu regresso aos EUA.

Transmiti imediatamente esta posição a Lisboa, pensando que a notícia seria bem recebida, sobretudo numa altura em que o Tesouro Português estava a braços com os custos da guerra em África. Pensei mal. A resposta veio imediata e chispava lume.

Não posso garantir a esta distância a exactidão dos termos mas era algo do tipo: "Pague já e exija recibo". Voltei à desk e comuniquei a posição de Lisboa.

Lançada estava a confusão no Foggy Bottom: - não havia precedentes, nunca ninguém tinha pago empréstimos do Plano Marshall; muitos consideravam que empréstimo, no caso, era mera descrição; nem o State Department, nem qualquer outro órgão federal, estava autorizado a receber verbas provenientes de amortizações deste tipo.

O colega americano ainda balbuciou uma sugestão de alteração da posição de Lisboa mas fiz-lhe ver que não era alternativa a considerar. A decisão do governo português era irrevogável.

Reuniram-se então os cérebros da task force que estabelecia as práticas a seguir em casos sem precedentes e concluíram que o Secretário de Estado - ao tempo Dean Rusk - teria que pedir autorização ao Congresso para receber o pagamento português. E assim foi feito.

Quando o pedido chegou ao Congresso atingiu implicitamente as mesas dos correspondentes dos meios de comunicação e fez manchete nos principais jornais. "Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall"; "Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam" e outros títulos do mesmo teor anunciavam aos leitores americanos que na Europa havia um país – Portugal – que respeitava os seus compromissos.

Anos mais tarde conheci o Dr. Aureliano Felismino, Director-Geral perpétuo da Contabilidade Pública durante o salazarismo (e autor de umas famosas circulares conhecidas ao tempo por "Ordenações Felismínicas" as quais produziam mais efeito do que os decretos do governo).

Aproveitei para lhe perguntar por que razão fizemos tanta questão de pagar o empréstimo que mais ninguém pagou. Respondeu-me empertigado: - "Um país pequeno só tem uma maneira de se fazer respeitar – é nada dever a quem quer que seja".

Lembrei-me desta gente e destas máximas quando há dias vi na televisão o nosso Presidente da República a ser enxovalhado pública e grosseiramente pelo seu congénere checo a propósito de dívidas acumuladas.

Eu ainda me lembro de tais coisas, mas a grande maioria dos Portugueses de hoje nem esse consolo tem.

Luís Soares de Oliveira

sexta-feira, 23 de abril de 2010

é o que acontece às nêsperas que ficam deitadas



Uma nêspera
estava na cama
deitada
muito calada
a ver
o que acontecia

chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a

é o que acontece
às nêsperas
que ficam deitadas
caladas
a esperar
o que acontece!


Mário-Henrique Leiria

Novo arranha céus no Rato



A Câmara Municipal de Lisboa aprovou hoje o projecto para um novo edifício no Rato em substituição do mamarracho que tinha sido apresentado por um grupo de arquitectos de renome.

Congratulamo-nos com esta decisão pelo que significa de harmonização equilibrada entre o "antigo" e o "moderno"!

The only way to have a friend is to be one.


We all want to have true friends, but the quality of our friends depend on us. If you want to have true friends, you should be a true friend yourself. By being a true friend, people will love to be around you and many of them will eventually become your true friends.

In addition, being a true friend is a good way to solve relationship problems. It’s difficult to change other people, but you can always change yourself. You can then solve the otherwise unsolved problems in relationships.

It may take years to learn how to be a good friend but here are a few tips:

1. Befriend yourself

This is an essential first step if you are to be a true friend. If you don’t even accept yourself, how can you accept others? You may have made mistakes in the past that you can’t forget. But forgive yourself for them. You perhaps don’t have the traits you want in life. But accept yourself as you are.

2. Accept others

After you befriend yourself, you will be in a good position to accept others. Other people may do you wrong or have some bad habits you don’t like. But you are not perfect yourself so there is no reason for you not to accept them.

3. Make time

Sometimes we are too busy to provide time for relationships, even for important people in our life. That most likely happens because we put relationships too low in our priority list. If we regard relationships as high priority, time won’t be a problem. We will make time for relationships.

4. Be a good listener

The art of listening is one of the most difficult arts to master. A true friend is a good listener.

5. Enrich others’ life

A true friend provides value to others. If you want to do that, you should live a lifestyle of value. This way you amass value in your life you can then distribute to others.

6. Understand first

Everyone looks at life through his own lens. Often we expect others to see life through the same lens as ours, but that will create a lot of problems. A true friend is someone who is willing to look through other people’s lenses first. He tries to understand why they think and act that way.

7. Find common ground

Finding common ground helps you connect with new friends quickly. The common ground allows you to talk to others about something they are interested in and thereby build relationships with them.

8. Be interested

If you want to be interesting you should first be interested. Be curious. Cultivate interest about many things. If you do that, you can genuinely be enthusiastic when people talk to you about something. People will feel appreciated and love to be around you.

9. Take initiative to help

A true friend doesn’t wait until someone asks his help. Instead, he takes the initiative to help others. This, of course, is easier said than done. To do this, you should be on the lookout for needs. Be sensitive. Often you can find others’ needs through what they implicitly say. You may also see it through their body language. When you sense a need, think about how you can help them and take the initiative to help.

10. Trust others

If you treat others as good and trustworthy people, they will also treat you likewise. People will feel how you believe in them and they will be touched by your sincerity.

11. Know the right time to do things

A true friend knows the right time to praise, the right time to listen, and the right time to rebuke and when to come and when to stay away. A true friend masters the art of timing.

12. Have integrity

Integrity is the foundation of true friendship. Be sure that you do what you say. You can only build true friendship if you are true to yourself and others.

13. Be present in difficult times

This is the test of true friendship. Only true friends will choose to be with you in difficult times. So, to be a true friend, be with your friends in their dark moments. Be with them even if you need to let go your own convenience.

how to become an actress


Most people believe that acting is all about exhibiting a natural, instinctive skill that you are born with and hold inside you.

In reality, acting is actually a trait that can be stimulated and sharpened with the proper training. While there are thousands of actors working around the world on a daily basis, there are but a few exceptional people, who by exhibiting their "natural talents," have made it big in tinsel-town.

Do you have what it takes to be one of these exceptional people? Do you have the determination and desire to give it your all to achieve your acting dreams, aspirations and goals?

Or are you simply looking for a short cut, which will most likely lead to uncertainty and disappointment. If you are willing to stay focused and work hard, you can make it as an actor/actress.

It is good to have a formal education in acting and drama. There are many schools and universities around the world and in each country where one can get trained in acting. While such formal education in acting can teach you the fundamental acting techniques and even history, heritage, and acting traditions, nothing is more important and provides as much training as actually performing on stage in front of a live audience.

Therefore, to truly complete your education, it is imperative you begin practising and performing wherever and whenever possible.

Above all, the best way to get experience and education is by continuing to act as much as possible. Constantly be on the lookout for casting calls and audition notices in newspapers, on web sites, and posted to community notice boards, etc. If you work hard and are dedicated and devoted, you will soon see opportunity come knocking your way.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A diferença entre nós e a Grécia




Sokrátes buscava o Conhecimento. O seu método para alcançá-lo era o diálogo e a humildade de formular todas as perguntas.
Sócrates prefere o Desconhecimento. O seu método para alcançá-lo é o monólogo e a arrogância de calar todas as perguntas.


Um pensamento de Sokrátes - Quatro características deve ter um juiz: ouvir cortesmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente.
Um pensamento de Sócrates - Quatro características deve ter um juiz: não ouvir escutas, responder obedientemente, ponderar nos riscos que corre e decidir se quer continuar a ter emprego.


Sokrátes provocou uma ruptura sem precedentes na Filosofia grega.
Sócrates provocou uma ruptura sem precedentes na Auto-Estima portuguesa.


Sokrátes tinha um lema: Só sei que nada sei.
Sócrates tem um lema: Eu é que sei.


Sokrátes auto- intitulava-se "um homem pacífico"
Sócrates auto-intitula-se "um animal feroz".


Sokrátes foi condenado à cicuta.
Sócrates foi condenado pela escuta.


Sokrátes deixou-nos incontáveis dádivas.
Sócrates deixa-nos incontáveis dívidas.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Os novos amigos



Conversava há poucos dias com um meu amigo recente que tenho vindo a apreciar à medida que o vou conhecendo.

A vida tem destas coisas: os amigos de longa data vão ficando para trás, alguns mesmo encarquilhando nas ideias e sobretudo, nos tempos que correm com menos contacto social talvez por causas distintas, ou a penúria para que vamos alegremente sendo conduzidos, ou a preguiça de alguém se interessar em preparar um bom jantar em casa para um puro convívio!

Os novos amigos têm esta vantagem enorme: trazem um refrescamento de ideias, de carácter, de convívio. E eu sempre apostei num crescimento da amizade, com um vagar ou ritmo que cada um ditar, pois é como nos bons vinhos, precisam de maturar para abrir.

sábado, 3 de abril de 2010

A aranha homossexual


Alfredo era um homão mas maníaco por tatoos e tinha-os por todo o corpo.

Eram para si motivo de orgulho pois, em boa verdade, havia verdadeiras obras de arte que ele deixava ao critério do artista.

Tinha-os feito em Jaipur, na Índia, em Java, em Acapulco no México e mais recentemente fora visitar o Toino, um homossexual especialista em tatuagens eróticas que morava na Buraca e que lhe tinha sido recomendado por Tânia, sua colega no clube dos fãs de tatoos, que fizera uma serpente enroscada à volta dos seios, numa obra de grande realismo em que se via a língua da cobra a lamber a ponta bicuda de um deles.

Alfredo, na lojeca manhosa do Toino, nos fundos aonde ele tinha uma pequena sala com uma maca com rodas para que os clientes se deitassem enquanto ele trabalhava, despira-se e deixara-o admirar a obra-prima do seu corpo.

Toino não poupava elogios ao trabalho dos seus concorrentes, com um manifesto exagero nas exclamações efeminadas e a certa altura Alfredo, incomodado com os avanços, perguntou-lhe para despachar o assunto de vez, o que lhe propunha fazer como tatuagem pois estava tentado a ter um tatoo erótico.

Toino disse-lhe que tinha uma enorme admiração pelo Homem-Aranha e que soubera até que ele e o Batman eram gays e por isso, discretamente, se Alfredo quisesse, como símbolo e assinatura das suas mãos lhe faria uma pequena aranha na testa como mote pelos seus heróis.

E assim foi e na testa de Alfredo passou a haver uma aranha homossexual!

MNA

Quem ama o feio bonito lhe parece!



criancinha adorável...

O caso dos submarinos


Brian chegara a Portugal há 6 anos e habituara-se progressivamente aos hábitos e maneiras de viver dos habitantes da pequena vilória aonde se fixara, em pleno Alentejo.

Comprara uma quinta bonita, com sobreiros frondosos e um pequeno vale com uma barragem, talvez mais uma albufeira, de onde tirava água para regar alguns campos aonde fazia agricultura biológica. Tinha muito sucesso pois os seus produtos eram facilmente escoados no mercado e Brian ganhava bom dinheiro.

Era respeitado e aprendera a falar um português aceitável o que lhe era suficiente para se fazer entendido e não ter problemas de comunicação.

A sua quinta era frequentada por amigos estrangeiros que o visitavam amiúde mas ninguém na vila sabia quem eram, de onde vinham e o que iam lá fazer.

Mesmo os mais simples fornecedores de serviços do tipo canalizador, carpinteiro ou mesmo o médico eram de fora e por isso permitia-se, na vilória, todo o tipo de especulações.

A propriedade não era longe da vila, mas estava a uma distância suficiente para ser vista mas ter privacidade.

O sino do campanário tocara freneticamente, convocando os fregueses a reunir e dizia-se que a quinta do estrangeiro estava a arder e os populares começaram a dirigir-se para lá a pé acompanhando o velho carro dos bombeiros.

Tinha sido tarde de mais quando deram pelo fogo, pois a casa da quinta deitava labaredas pelas janelas e ardia intensamente.

Os bombeiros começaram a combater o fogo com as mangueiras e uns quantos aproximaram-se da porta principal para a arrombarem, com a intenção de verificar se estava alguém dentro de casa.

Horas depois já no rescaldo do fogo e da casa quase toda calcinada, corria o boato de que o estrangeiro, o Brian, tinha sido encontrado morto com queimaduras muito graves.

Veio a Polícia Judiciária e fizeram-se investigações demoradas sobre as prováveis causas de tão estranho incêndio e infortunada morte e uma palavra corria de boca em boca: o motivo seria o caso dos submarinos!

MNA