Estas Jornadas da Juventude e a vinda do Papa Francisco a Portugal, são uma boa oportunidade de vermos tantos jovens juntos, a maior parte deles a rezar nos momentos próprios, a ouvirem com atenção o que o Papa Francisco diz ( com uma sabedoria jesuítica, mas sobretudo com o que lhe sai do coração e da inteligência) que é fruto de muitas "rodadas" pelo mundo, comunidades que se queixam, pobres, guerras, e sei lá tanta coisa que o faz ter mais experiência da vida do dia-a-dia do que muitos governantes.
No entanto, esta minha pergunta, que o faço a mim mesmo, reflecte o que se passará, uma vez terminada a estadia de todos e do Papa Francisco, o day after, que volta a ter que enfrentar as dificuldades de todo o tipo - pessoais, familiares e sociais (do trabalho, da pobreza, da solidão, da velhice, etc.
Temos que saber dividir a tal vida a que faço alusão na pergunta do título deste texto em duas partes:
- enquanto estamos vivos
- quando vier a morte.
Durante o resto da nossa vida é aquilo a que me refiro. Podemos tomar passos pequenos, resolver problemas familiares, criar a paz como dizia o Papa que se não houver perdão, não é uma família.
Levará mais tempo, mas há coisas imediatas que se resolvem no momento em que queiramos olhar para o futuro e não para o passado.
Nos negócios, no desemprego, na fome, na política, no governo das Nações, os políticos que ouvem e ouviram o Papa, têm oportunidades de fazer mudar o comportamento social, político e financeiro para que a vida mude.
Não sendo um adepto do PM António Costa, gostei de o ouvir a comentar o que o Papa tem vindo a dizer, ainda que se tenha confessado agnóstico - tem todo o direito - valorizando com inteligência, sobriedade e simplicidade o que ouviu...o Papa deixa sementes no coração de toda a gente.
Mas o "espectáculo" destes dias, para além de deixar recordações sentimentais, de reflexão de comportamentos em relação a nós próprios e aos outros, exige ACÇÃO, ou seja desde que uma maioria de um povo queira mudar no fundo da sua consciência e do coração, gera uma "revolução" não violenta, mas forte, eliminando dos postos os que quiserem evitar a mudança, e avança encorajado por uma geração dos jovens responsáveis que tomam as rédeas e no fundo são aqueles que nos substituirão na governação dos povos, no futuro e também desde já...
Na parte da oração e meditação tranquila o Papa deixa muitas aberturas para que nos juntemos à Igreja, e mesmo para aqueles que já lá estão, um aggiornamento nas concepções, na prática das devoções, uma forma simples, profunda e verdadeira de amar Jesus, Nossa Senhora e finalmente, Deus.
Independentemente das posições teológicas, científicas e privadas o Papa, o que nos pede, é seguir aquilo que uma Igreja renovada para que ele contribui incessantemente, transmita aos seus fiéis o comportamento natural de princípios que espalham o amor, a paz, o perdão e o amor a Deus.
Não ouvimos o Papa, perder-se em doutrinas teológicas sobre o futuro da Humanidade, da vida para além da morte, do Inferno e Céu, com descrições fantasiosas que seguramente não atrairiam os jovens participantes nestas jornadas para TOMAREM A INICIATIVA de estudarem a Igreja, aderirem e praticarem os simples princípios de que o Papa falou.
Os jovens nunca se manteriam unidos, vibrantes, com dedicação e atenção ao que o Papa dizia, se fosse uma mensagem de regras rígidas, um formalismo oficial....a simplicidade do Papa e a maneira com que abordava temas tão importantes mas ao mesmo tempo de uma forma soft, muitas vezes divertida e com uma voz de como se tivesse a idade dos jovens e se encontrasse no meio deles.
Finalmente, a segunda divisão da vida que acima referi, trata-se da morte.
Hoje em dia, na Igreja há sacramentos e aproximações suaves para a ocorrência da morte.
Na Igreja, não há indicações de ninguém - os jovens não admitiriam - de qual vai ser a forma como Deus os recebe, e detalhes fantasiosos.
A finalizar, a minha pergunta é esta: já pensou na sua vida (enquanto a vive com alegria, desde que a vá transformando pouco a pouco até ao fim)?
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