quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Férias

 


É o primeiro ano da minha vida em que programo as férias.


Mas desde pequeno, passei a ter autonomia para viajar, pelo menos quando não estava com os meus Pais e irmãos e uma catrefa dos 4 Avós, e cerca de seis Bisavós.

São tempos que influenciaram imenso a minha vida, pois aprendi o que era o receber um amor familiar intenso e puro, e pouco a pouco fui aprendendo a definir-me com muitas características, mas seguramente o amor era das mais importantes.

Reciprocando aos membros de toda a Família (incluindo os 7 irmãos e irmãs) ou seja 6 (-1 que era eu), mas também a toda uma placa giratória que rodava à minha volta (amigos do colégio, amigos filhos de amigos da Família, amigos dos meus Pais e Avós, inúmero pessoal que nos ajudava). E ia aumentando com o tempo.

Ensinaram-me a olhar para os mais pobres e necessitados e a prática do amor era diferente, intensa também mas abrindo-me os olhos para outras necessidades sociais.

Esta é, de verdade mesmo, a primeira parte da minha vida.

Salto a segunda e planeio como disse, umas férias na Lousã, que não conheço, mas que me dizem ser muito bonita.

Vou estar num hotel de muita qualidade, com alternativas de spa, várias piscinas, bicicletas para sair e conhecer o ambiente. 

Escolhi ficar cá dentro pela 1 vez, pois costumo fazer as duas coisas: parte no Algarve e parte no estrangeiro.

Este cenário é para vos situar aonde quero ter férias no interior do meu pensamento e da consciência.

Para além de vários livros e apetrechos para ouvir música, apetece-me mergulhar no tempo em que aprendi a amar, como vos descrevi quando era pequeno.

Era uma sensação de prazer imenso, de paz natural, de uma felicidade que me aparecia sem que para ela eu trabalhasse muito....que bom que era!

Ora, depois de já "alguns" anos de trabalho neste campo do amor e não só, aproximo-me a passos largos do fim, ou seja da morte.

Não, que seja aquilo em que eu vou pensar. Vem, quando e como vier.

É, sobretudo como poderei passar este tempo de vida, com a prática do amor aos outros e a mim próprio.

Um progressivo caminho sereno, escolhidos os passos a dar, e mesmo que venham a dor ou a doença, manter uma paz e tranquilidade, como se fosse em linguagem bancária, um reembolso dos primeiros tempos da aprendizagem do amor.

Vamos ver se consigo encontrar sinais à minha volta - a paisagem, as árvores e os pássaros trinando, os passeios na serra de xisto, a vista a estender-se sem limites, banhos na piscina fluvial, que me retirem do ambiente poluído do mundo em que vivemos, para, pelo menos, e durante alguns dias, fazer um retiro de silêncio.

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