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sábado, 29 de julho de 2023
A vinda do Papa Francisco, sem formalismos exteriores, mas riqueza interior, que espero que me ajude
sexta-feira, 28 de julho de 2023
Os saquinhos da fortuna
Os saquinhos da fortuna
quarta-feira, 26 de julho de 2023
Milionarato
Hoje estou maçado com as contas que tenho que pagar.
Gostava de ser como esta dama, mergulhada em dólares.
Não, o dinheiro a mais traz inércia, fartote, e normalmente sem se pensar nos outros que tanto precisam.
É um pouco como o Tio Patinhas, dar um mergulho numa piscina que em vez de água, estava cheia de dólares.
Vou-me deitar na cama da minha prima Vergília que teve a sorte de roubar este dinheiro ao Costa, Medina e Governador do Banco de Portugal...ela era empregada de limpeza do cofre com as reservas do país, e pouco a pouco, como os estúpidos/espertos vão roubando o povo e a plebe, os professores, os enfermeiros, os médicos e os pica-bilhetes dos comboios e têm a lata de aumentarem os impostos e darem 15 euros a cada chefe de família
Hoje estou contra o establishment, e podemos começar a pensar como os novos aeroportos, de fazer uma revolução,,,vão pensando nisso
segunda-feira, 24 de julho de 2023
Os meus sentimentos de hoje
Os meus sentimentos de hoje
quinta-feira, 20 de julho de 2023
A reacção a uma informação médica falsa
Foi o que me aconteceu. Uma clínica/laboratório assaz conhecida e com inúmeros clientes, informou-me através de um relatório médico que tinha um problema sério no coração.
Fiquei preocupado e tomei as medidas necessárias indo a uma cardiologista, a qual me receitou entre outras coisas, um remédio muito mais forte para o coração.
Há 3 dias recebo um novo relatório da mesma clínica em que se verifica estar tudo normal e ter desaparecido a referência ao problema sério no coração.
Rejubilei, protestei e disse que para evitar outras medidas de queixa institucional à Direcção Geral de Saúde e eventualmente um pedido de indemnização ( nos USA receberia milhões e a clínica fecharia) queria que me pedissem por escrito desculpa pelo inqualificável, incrível e inesperado erro que tinham cometido.
Mas voltemos ao título do artigo.
O significado da vida não o sabemos e somos nós que o temos que definir, caso a caso.
Se eu tivesse tido um enfarte pelo anúncio da doença cardíaca e tivesse morrido, era uma consequência devida ao não controlo da vida.
É intereesante pensar no que as bruxas e videntes nos anunciam ao ler as nossas mãos ou a bola de cristal, estão a ganhar dinheiro por uma "consulta" completamente vazia da realidade da vida porque ninguém sabe o seu futuro até à morte.
Muitas coisas podem acontecer: sofrimento e dor de uma doença incurável, problemas psicológicos, doenças mentais, etc que têm como fim a morte. Todos sabem disso. Mas "mientras" somos nós que temos que definir o que queremos fazer com a nossa vida.
Enfrentarmos os problemas causados pelo que disse acima ou desistir conscientemente e fazer chegar a morte mais depressa, dentro dos padrões legais. Refiro-me à eutanásia. É um tema sobre o qual escreverei um dia destes.
A parte moral e interior de cada um de nós é muitas vezes a mais afectada pelo medo, pelo fim que se prevê claro e sem remédio.
Ora, devemos agarrar-nos a todas as "mèzinhas" possíveis para defenir a nossa vida (pessoas, crenças, leitura desviativa do nosso medo), e aguardar serenamente aquilo que toda agente sabe: o fim da vida ou também chamada morte.
quarta-feira, 19 de julho de 2023
A Intuição errada
terça-feira, 18 de julho de 2023
Segundo Conto (final)
Os pais de Nina, já depois de uma convivência diária de vários meses entre os dois, resolveram convidar Luis para ir almoçar lá a casa. Só o conheciam de fotografias com Nina e se bem que tivesse um ar de rapaz bem-educado, a paixão de Nina por Luis, era escaldante, aumentando de dia para dia e não pensava noutra coisa senão em breve propor a Luis que se casassem.
Como era habitual, Luis já tinha levado Nina para a cama, e davam-se muito bem e ele era um bom amante. Nina era a primeira vez que tinha tido relações sexuais e espantava-se com a facilidade com que Luis dominava-a na cama em prazeres de que ela nunca tinha ouvido falar.
Até desconfiava que ele já tivera muitas outras namoradas pois a experiência era grande, mas não lhe perguntou nunca pois sentia como uma espécie de ciúme...que disparate, um dia ele lhe contaria, já depois de casados.
Tinha finalmente dito o nome dele, Luis Maria Branco e Nina disse-o aos pais que se puseram a procurar entre os amigos pessoais e profissionais. Entretanto, surgiu o convite para ir lá casa e numa conversa fluida e normal ao almoço perguntariam várias questões que tinham preparado.
- Olá Tia Madalena, disse o Luis quando cumprimentou a mãe de Nina, beijando-lhe a mão. Deixou muito boa impressão, pois era o comportamento esperado de alguèm bem-educado sem nenhuma intimidade.
Enquanto Nina foi buscar umas bebidas e uns aperitivos, Luis ficou a conversar com o pai de Nina.
Comentaram a política e Luis mostrou-se equilibrado nas suas opiniões, deixando sobretudo Paulo, o nome do pai de Nina, expandir-se nos seus comentários. Luis, apercebeu-se que Paulo tinha muitos amigos na política e na sociedade, pois não parava de os nomear.
Entretanto, quer Nina quer Madalena, estavam caladas ouvindo o pai e o marido, com uma certa discordância de o ver a manipular a discussão e não dar a ocasião a Luis de se pronunciar.
Foram para a mesa, e Madalena disse a Luis que eram uma família devota e católica, e que rezavam sempre no princíopo das refeições, e Luis recolheu-se abaixando a cabeça e no fim benzendo-se depressa.
O almoço era uma sopa fria, vichysoise, que Luis nunca tinha comido, mas viu pegarem nas chícaras e beberam-na devagarinho. Assim o fez também.
No intervalo, decidiram então fazer, amàvelmente, umas perguntas a Luis.
- O apelido era só Branco? - Luis respondeu que nunca se interessou pela história da família, mas tinha ouvido que vieram do Brasil. Já não conheceu nenhum dos avós.
- E o pai fazia o quê? - O pai passava a vida a viajar, sobretudo para o Brasil, onde tinha negócios.
Luis antecipando-se à pergunta seguinte, disse que o pai nunca falava em casa dos negócios e nem a mãe sabia. Era uma pessoa muito reservada, mas dava uma boa vida à mãe e a ele, filho único.
- E a tua mãe, trabalha? Luis repondeu que não, que era uma dona-de-casa.
Veio um criado servir o primeiro prato que eram espargos cozidos com mayonaise e Luis viu que todos pegavam à mão os espargos e deixavam a parte mais dura no prato. O resto era todo comido. Luis assim fez, também.
Nina, meteu conversa e gabou Luis dizendo que ele dançava muito bem e era admirado pelos amigos. Luis aproveitou para falar do tipo de música de que gostava, o que para os pais de Nina, era "chinês" pois só conheciam as clássicas do seu tempo.
O criado de novo, trouxe uma travessa com carne assada às fatias muito fininhas e acompanhadas de batata palha e molho espesso de maçã.
Comeram com muito apetite e naturalmente, enquanto se come, tem-se a boca fechada e calada. No fim e antes da sobremesa, voltaram mais umas perguntas:
- Onde morava e em que bairro? Luis disse que estava em casa de um amigo que morava na Estrela, porque estudavam juntos Direito, na Católica.
A sobremesa era um pudim de gelado de nata com morangos à volta e chantilly. Luis viu-se um pouco atrapalhado para cortar uma fatia e Madalena, ajudou-o naturalmente.
Passaram de novo para a sala para beberem cafés e eventualmente um drink que Luis, porventura, lhe apetecesse.
Nisto toca o telemóvel de Luis e ele pediu licença para atender e esteve um pouco apartado em conversa com alguém. Voltou, e com um ar tímido e atrapalhado, disse que era o amigo da Universidade, que lhe disse que ele teria no dia seguinte uma oral importante.
Pediu se podia ir e se não ficavam ofendidos e disse à Nina que depois do exame no dia seguinte a vinha buscar, mas tinha que rever a matéria sem falta.
Concordaram sem qualquer rebuço e quando Luis agradeceu o óptimo almoço de que tinha gostado muito, os pais de Nina foram muito afáveis e disseram que tinham tido muito gosto em conhecê-lo e seguramente haveria muitas outras oportunidades de voltarem a almoçar juntos.
Nina deu-lhe à despedida um beijo muito ternurento e desejou-lhe boa sorte.
Nina passadas umas semanas começou a ter dores na barriga e a mãe levou-a ao médico da família, de Clínica-Geral e ele depois de a examinar, disse com um sorriso aberto para Nina e para a mãe:
- A Nina vai ter um bébé!
Nina e a mãe ficaram atónitas e recompuseram-se dificilmente perante o médico, e sairam do consultório.
A conversa ao jantar foi silenciosa e escassa. - è do Luis, não? - perguntou o pai.
Nina disse que sim, e apesar de ter planos para se casarem mais tarde, quando melhor se conhecessem, ficou angustiada pela pressa e pelo descuido dele.
Passaram dois dias, e o Luis, tal como tinha prometido de a ir buscar quando acabasse o exame, não foi. E mais, o número de telefone foi cancelado e era daqueles sem identificação, com um simples SIM card.
Nina não sabia aonde morava o amigo com quem estudava, nem a sua residência habitual....nada...
Paulo, pai de Nina, começou a actuar e deu parte à Polícia com um fotografia comum do Luis com Nina, mas aonde se via pouco os detalhes da cara dele. O nome também foi dado.
Semanas depois, o nome era falso, e a Polícia tinha rigorosamente scaneado fotografias de delinquentes e pareceu-lhe que talvez pudesse ser um jovem do Casal Ventoso, ligado à droga, mas sem certeza nenhuma.
Em casa de Nina, espalhara-se o terror, a tristeza e a indignação, mas tinham que cuidar de Nina cuja barriga se começava a ver.
Meses depois, vieram a confirmar que se chamava Ogando, tinha fugido para o estrangeiro e era filho e neto de ladrões de telefonias de automóveis, no bairro da Musgueira.
Nina deu à luz um bébé rechonchudo e lindo, igual ao pai e chamaram-lhe Luis!
domingo, 16 de julho de 2023
Segundo conto ( cont.)
Luis, encostava a boca ao ouvido de Nina e dizia-lhe que a achava fantástica, sensual e estava a ficar entusiasmado por ela.
Nina, por sua vez, adorava ouvir estas palavras apaixonadas e muito quentes e entregava o seu corpo ao de Luis e sentia-lhe um volumoso sexo contra ao seu corpo. Não pararam de dançar até estarem exaustos.
Já eram umas 4h da manhã e Nina propôs-se levar Luis a casa no seu BMW, mas Luis agradeceu-lhe e disse-lhe que precisava de apanhar ar e ir a pé pois estava ainda sob o charme de Nina.
Nina, ficou encantada pelo romantismo e interesse, e deu-lhe o número de telemóvel para se falarem no dia seguinte e combinarem estar juntos. Não lhe pediu o número do celular dele, pois quando lhe ligasse, registaria o seu número.
Chegada a casa, tentou entrar sem fazer barulho, mas a mãe estava na sala à sua espera pois estava preocupada por ser já tão tarde e ela vir sòzinha para casa. Hoje em dia, disse a Madalena, o nome da sua mãe, era perigoso pelos assaltos que havia cada vez mais frequentes.
Nina, sossegou-a e disse que tinha estado no Lux com um rapaz que tinha conhecido, chamado Luis, lindo, de olhos azuis e muito bem parecido e tinham dançado toda a noite.
Madalena, perguntou-lhe o apelido dele, pois podia ser filho de algum amigo do pai ou dela.
Já era tarde e foram-se deitar. Madalena, ficou toda contente, pois sentiu na Nina uma excitação por um rapaz que não via há muito.
Nina, levou tempo a adormecer e estava ansiosa que chegassem horas da manhã em que depois de Luis dormir e descansar lhe pudesse telefonar para combinarem novo programa. Que estupidez não lhe ter pedido o número do seu telemóvel!
Pelas 13h, Nina recebeu uma chamada que era do Luis e registou logo o número.
Muito terno e bem acordado, disse-lhe que tinha adorado conhecê-la na véspera. Perguntou-lhe se estava livre para irem dar um passeio junto ao rio. Ele ia lá ter ao pé do Café In e esperava por ela.
Combinaram a hora para as 15h e Nina, apressou-se a almoçar. O pai, já informado pela mãe, estava muito bem disposto e disse-lhe para ela saber quem era, pois era fácil conhecer a família, mesmo que fossem amigos de amigos.
Nina, chegou, parou o carro e viu Luis sentado num banco de pedra dando para o rio. Foi de mansinho por detrás e tapou-lhe os olhos com doçura. Luis, reconheceu-a e disse :- querida Nina, que bom teres vindo tão depressa, já estava com saudades tuas!
Sentaram-se de mãos dadas e olhando para os olhos um do outro. Estava uma tarde soberba e Luis propôs-lhe que fossem dar uma volta de carro para um sítio mais sossegado.
Acabaram por ir para Monsanto e ficaram os dois agarradinhos dentro do carro. Luis beijou-lhe a boca e disse-lhe : - olha que os meus beijinhos estão "registados" como muito especiais....e riram-se os dois.
Passaram a tarde a afagarem-se um ao outro e estavam ao rubro, quando Nina lhe disse porque não iam para casa dele e estariam mais confortáveis.
Luis, disse-lhe que às 19h teria que ir visitar um colega do rugby que tinha ido para o hospital e tinha sido operado.
Nina, deixou-o na CUF e partiu para casa, tendo combinado que lhe telefonaria mais tarde, quando ele regressasse do hospital.
Voltaram a falar pelo telefone e Nina perguntou-lhe se no dia seguinte, 2ªf, não se podiam encontrar de novo.
Luis disse-lhe que andava na Faculdade e que tinha aulas. Ela perguntou-lhe em qual Universidade e ele disse que era a Católica. Quando ela, lhe ia perguntar o apelido contando que os pais tinham ficado muito interessados em saber se ele seria filho de alguns amigos, ele desligou porque tinha entrado uma chamada no telefone dele.
Nina, ao jantar contou aos pais que ele andava na Católica e jogava rugby. Era de certeza, conhecido.
(continua)
sábado, 15 de julho de 2023
Segundo Conto
sexta-feira, 14 de julho de 2023
Estou cansado
Cansado
Estou cansado de tudo.
Desde gente, à política, ao mundo em desacato.
Todos os dias cultivam-se as más notícias, a violência, o sofrimento de países, dos pobres em todo o lado.
Esquecem-se os bons livros, os inteligentes pensadores, as famílias felizes e eficientes e trabalhadoras.
Estou cansado do vício, da corrupção, da porcaria que é aceite por quem manda, da falta do silêncio em paz e tranquilidade.
Estou cansado das críticas fáceis, injustas, não provadas, da injúria, da falta de decência.
Tantas outras coisas de que estou farto.
Uma de duas opções:
- tentar fugir da gente " fujam que vem gente" dizia um tio-avô que passava o Verão num solar da família com os outros familiares...e detestava conviver com pessoas fúteis que os visitavam. Mas a solidão tem limites e causa perturbações mentais;
A segunda opção será partir para o paraíso....curiosidade subtil, fascinante....se existir.
Sempre fui considerado auto-suficiente emocional, equilibrado e ajudando os terceiros em tudo.
Há no entanto algo de que as pessoas se esquecem em relação a mim quanto à necessidade de atenção, interesse, ternura e amor. Sou igual aos outros.
Estou por isso triste e desanimado. Não me estou queixando com um apelo, mas gosto que me compreendam como ser humano.
História vagamente erótica
Era uma vez…hoje apeteceu-me contar uma história curta de pessoas. Encontraram-se, foi amor à primeira …
quinta-feira, 13 de julho de 2023
Descarada
- Creio estar enganada, minha senhora - disse Artur com uma voz cortês.
- Mas não é a pessoa que me segue desde há anos, mal eu saio de casa até que volto? - perguntou Silvéria que servia a dias em casa do dr. Oliveira.
- Eu não sou nem magala nem polícia e estou por coincidência por aqui, nunca a encontrei antes. - respondeu Artur.
- Pois olhe é pena pois gostei do seu andar e as pisadas soavam exactamente às do homem que me seguia. Finalmente ia conhecê-lo.
- Se lhe posso fazer uma pergunta, nunca teve curiosidade de se voltar para trás e olhar de frente o seu seguidor?
- Se eu tivesse cara talvez o pudesse fazer, mas como vê sou uma descarada!
In "prosas bárbaras" de Vicente Mais ou Menos de Souza
O silêncio e a voz que não se ouve
Pior do que a voz que se cala,
é um silêncio que fala.
Simples, rápido! E tanta força!
Imediatamente me veio à cabeça situações
em que o silêncio me disse verdades terríveis,
pois sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.
Silêncios que falam sobre desinteresse,
esquecimento, recusas.
Quantas coisas são ditas na quietude,
depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo,
nem uma gargalhada
para acabar com o clima de tensão.
Só ele permanece imutável,
o silêncio, a ante-sala do fim.
É mil vezes preferível uma voz que diga coisas
que não queremos ouvir,
pois ao menos as palavras que são ditas
indicam uma tentativa de entendimento.
Cordas vocais em funcionamento
articulam argumentos,
expõem as suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos
que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.
Quantas vezes, numa discussão histérica,
ouvimos um dos dois gritar:
“Diz alguma coisa, mas não fiques
aí parada a olhar-me!”
É o silêncio de um, mandando más notícias
para o desespero do outro.
É claro que há muitas situações
em que o silêncio é bem-vindo.
Para quem trabalha
com uma britadeira na rua,
o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma creche,
o silêncio é um presente.
Para os seguranças de um show de rock,
o silêncio é um sonho.
Mesmo no amor,
quando a relação é sólida e madura,
o silêncio a dois não incomoda,
pois é o silêncio da paz.
O único silêncio que perturba,
é aquele que fala.
E fala alto.
É quando ninguém bate à nossa porta,
não há emails na caixa de entrada
não há recados no gravador do telefone
e mesmo assim, entendes a mensagem.
A casa do Peninha
A casa do Peninha
O Peninha, tal como muitos de nós, estamos a ver o nosso país a cair como a casa do Peninha.
Comprou-a com um empréstimo no EuroBic, pedindo ajuda a um empregado de Isabel dos Santos e conseguiu um preço excepcional e uma taxa de juros mensal, fixa e durante 40 anos.
Achou que o terreno era um pouco mole, pois quando chovia as paredes cediam um pouco. Mas tendo reportado este facto ao banco, eles reponderam-lhe que estava nesse momento debaixo de uma bebedeira e a tremer o corpo - delirium tremens - e nada fizeram.
O Peninha vivia com uma namorada de seu nome Virgília, por acaso horrível e que o envergonhava quando a apresentava a VIPs. Era sempre " Vicky" o que a tornava com um nome típico de pessoas que frequentavam as discotecas da moda e até apareciam de vez em quando na Caras e Maria, mas sempre sem o Peninha.
Tinha dois seios redondinhos, com uns bicos como os da estátua de Vénus em Odivelas. Uma pele fina e bem tratada com creme Nívea, uns olhos que variavam de côr consoante as lentes que punha, ora azuis de fazer parar o trânsito, ora verdes de gata, ora castanhos como qualquer pessoa normal....
Da cintura para baixo tinha um rabinho em bola, com duas nádegas quais abóboras do mercado da Ribeira, e à frente tinha, pasme-se, uma entrada na horizontal...ao que se diz como as das chinesas, mas de qualquer maneira fazendo muito sucesso.
As pernas eram muito elegantes e com o tamanho e finura suficientes para pôr o Peninha de pau feito.
O Peninha era alto, muito magro, um pouco demais, mas uma bela figura. Tinha dois mamilos cheios que a Vicky adorava chupar e morder, e um pau ao que ele dizia que media, em todo o seu esplendor, uns 24cm....nada mau para captivar a Vicky.
O rabo era peludo e tinha uma gruta do Ali-Bábá por onde a Vicky adorava explorar...Ora estavam os dois na cama, começando uma sessão amorosa que se previa quente, para além do calor lá fora, quando o prédio começou a tremer e ficaram os dois muito agarradinhos e o Peninha já dentro da Vicky, que a certa altura começou a gritar....como eu gosto destes abanicos....
O Peninha mais consciente, teve a noção de que desta vez, o desconjuntamento do prédio era sério e levantando-se de topete e deixando a Vicky a gemer de prazer, telefonou par a CML para o gabinete do Presidente, o dr. Moedas, que por acaso o atendeu.
Disse-lhe: - Sr. Presidente, boa tarde, estava na cama com a minha namorada, pois tive uns dias off, e em pleno cume da pirâmide, o meu prédio tremeu e começou a entortar, e agora está de uma forma em que a minha namorada está nua do outro lado e eu igualmente deste lado. Estava a ser tão bom, veja lá se me resolve o problema, sff!
Moedas repondeu-lhe: - Deixe lá Sr. Peninha eu próprio vou aí e começo pela leu lado da sua namorada e se vir os dois a acenar-lhe é porque está tudo normal.
Peninha furioso disse-lhe que se tratava, seguramente de uma corrupção à CML, não tendo sequer inspeccionado as fundações...
Moeda respondeu-lhe: - vou agora fazer isso e depois lhe direi...e largou uma risada.
Peninha foi buscar um riffle que tinha comprdo no Oeste dos USA e ficou à espera de entrever os dois no marmelanço
Demorou tempo e nada se passava. Moedas tinha ido na sua limousine de vidros pretos buscar Vicky e levá-la para o seu gabinete numa Junta de Freguesia abandonada mas que ele usava para rendez-vous...
O prédio manteve-se todo partido e umas largas horas depois os bombeiros vieram buscar o Peninha. Junto dos Bombeiros estavam a Vicky, o Moedas e a sua esposa.
Peninha não se atreveu a fazer alguma insinuação, mas ficou de perguntar a Vicky como tinha saído.
Ela respondeu: - vestida e composta e pelas escadas. Estava à minha espera em baixo, o Bombeiro-Chefe que apesr de já estar na pré-reforma não hesitou em vir salvar os eventuais moradores deste imóvel classificado. Olha, com tudo isto, esqueci-me de lhe dizer que estavas do outro lado. Mas tu, querido Peninha, podias ter descido as escadas...
terça-feira, 11 de julho de 2023
As pupilas do Senhor Reitor
sábado, 8 de julho de 2023
A 3ª guerra mundial nas palavras de Medvedev
A 3ª guerra mundial nas palavras de Medvedev
quinta-feira, 6 de julho de 2023
Nome do Livro e um prefácio curto do Autor
PREFÁCIO CURTO DO AUTOR
Tantas “coisas” que se têm passado na minha vida e de que tenho sido atento observador e participante, algumas delas talvez possam eventualmente ter algum interesse para passar a breves contos.
Os livros têm momentos. Surgem de uma inspiração íntima como se uma força os fizesse explodir, acontecer.
Por boas ou más razões, por dores ou alegrias. Às vezes a tristeza é um bom incentivo.
“São as minhas confissões e, se nelas nada digo, é que nada tenho para dizer.”
Fernando Pessoa (Bernardo Soares - Livro do Desassossego)
‘Everyone “writes” in a way; that is, each person has a “story”—a personal narrative—which is constantly being replayed, revised, taken apart, and put together again. The significant points in this narrative change as a person ages—what may have been tragedy at twenty is seen as comedy or nostalgia at forty. All children “write.” (And paint, and sing.) I suppose the real question is why do so many people give it up. Intimidation, I suppose. Fear of not being good. Lack of time.’
Margaret Atwood
‘If you are expecting someone to come to tea but you’re not going to be there, they may not come, and if I were them, I wouldn’t come. So, writing a book is about receptivity and being home when your guest is expected, or even when you hope that they will come.’
Alice Walker,
Em Lisboa, no Verão de 2023
quarta-feira, 5 de julho de 2023
Será a carteira ou sexo ainda vívido
É vulgar encontrar velhos com miúdas novas e boazonas. Temos o exemplo de um presidente de um Clube de futebol nacional.
Cada um gosta do que quer e na realidade penso que na maioria dos casos são pessoas ricas que gostam de uma vistosa e bonita companhia, seja na rua, em restaurantes, ou em casa.
Da parte das namoradas é mais a carteira de que gostam, mas isso não obriga a que haja falta de carinho, conversa e de vez em quando um pouco de vestígios de sexo.
terça-feira, 4 de julho de 2023
Primeiro Conto - Os Novais
CONTO 1
Foi a alegria da família Novais, o nascimento do Rafael. A Mãe, a Susana tinha tido dificuldade em engravidar e em 1958 não havia grandes avanços nas técnicas de combate à infertilidade.
Os Novais, católicos ferventes sugeriram a Susana que fosse à Igreja da Conceição Velha e se sentasse num banco côncavo de pedra de tanto uso aonde as inférteis se sentavam por debaixo da imagem da nossa Senhora do Bom Parto, numa capelinha pequena à entrada, e rezasse demoradamente certas preces para que desse à luz.
O Fábio Novais, o pai do Rafael não era nada dessas crenças e a única coisa que sabia era fazer filhos da forma que desde Adão e Eva se processava, ou seja, uma verdadeira cópula carnal. Podia haver variações, mas de resto essas crendices eram fantasia para ele.
Contrariado lá a levou à porta da Igreja e ficou fora a fumar um cigarro.
Fábio era caixeiro-viajante numa fábrica em Lisboa que fabricava roupa interior para o mercado da moda íntima. Nunca fora um estudante aturado e acabara por ter que se acomodar neste emprego modesto que lhe fora arranjado pelo padrinho, o Virgílio.
Susana, pelo contrário, era formada em farmácia e trabalhava na Amadora na “Ideal” que abrangia uma larga zona de moradores, pelo que o ordenado maior era o que ela trazia para casa.
O Rafael veio trazer enorme alegria ao casal e à família Novais que o tratavam com mimos e muitas carícias.
Na primeira ida ao pediatra do Hospital público logo a seguir ao nascimento, após um exame exaustivo à criança, o médico faz uma cara consternada e dirigindo-se aos pais, diz:
- Não sei se tiveram ocasião de reparar o pénis do vosso filho tem a ponta bifurcada como uma língua de cobra. Com o tempo e aumento do tamanho talvez se possa unir mas a ciência atribui este fenómeno raro a uma crença terrível: a de que quem tem esta deformidade foi possuído pelo diabo, neste caso como se fosse uma língua de serpente!
Os Novais saíram da consulta desolados e a Susana ouviu-a das boas do Fábio por ter ido àquele disparate da Igreja da Conceição sentar-se e pedir para ter um filho.
O Fábio, foi, porém, crescendo e tornou-se num rapaz normal, bom estudante e cumpridor e tendo acabado o curso de bailarino, manifestou o desejo aos Pais de se dedicar à profissão de strip teaser num bar de Lisboa.
Tinha muito sucesso junto das mulheres e era conhecido pela “dupla pila” no meio artístico pois engatava duas mulheres ao mesmo tempo.
O Fábio e a Susana acabaram por aceitar os factos e ainda hoje se envaidecem pelos dotes do Rafael.
Vão aliás no dia dos anos do Fábio pôr um ramo de flores piedosamente junto à pedra parideira na Igreja da Conceição Velha.