O Peninha tem estado nervoso, com o resultado das eleições em Angola, pois sabe pouco sobre os candidatos, mas leu que o seu amigo Presidente Marcelo ( já tirou várias selfies com ele) iria estar presente em Luanda, com outros Chefes de Estado para o enterro do Presidente angolano José Eduardo dos Santos.
E ao mesmo tempo, uma vez que saiam os resultados das eleições, não fará outra coisa de dar passou-bens, a gente importante, ao lado Presinte Marcelo.
Com a inflacção e o magro salário que recebia, no único emprego que arranjara, sendo talhante num talho do Sr. Roubado, teve que optar por voos mais baratos para chegar a Luanda. Foi na AIR GABÃO, depois passou para a AIR TUNISIA, depois para a AIR ISLÂNDIA e finalmente numa companhia que o levou a Angola, a AIR SERRA-LEÔA.
Lá chegado, apanhou boleia no aeroporto de um angolano que lhe disse que se chamava BANGU OLIVEIRA e que lhe facilitaria um quarto modesto na sua palhoça, mas quase no centro da cidade.
Peninha tinha-se esmerado e alugado no guarda-roupa PAIVA em Lisboa, um traje que ele considerava típico e usado em enterros africanos: umas sandálias de antílope, uma pele de leão e uma coroa de plumas de várias cores.
Chegou o dia das eleições e perguntou aonde estava hospedado o Presidente Marcelo, mas disseram-lhe que só chegaria para o enterro do Presidente Dos SANTOS.
Foi-se treinando, num terreiro que o BANGU tinha atrás da palhoça e fazia batuques todos os dias, vestido com a pele do leão. Havia um moceque ali ao lado, aliás aonde estava integrada a palhoça do BANGU, e uma data de miúdos dos que vivem do depósito do lixo perto dos moceques, vinham assistir supreendidos primeiro e depois muito divertidos aos ensaios do Peninha, pois o Peninha que tinha uma certa barriguinha, quando dava voltas com os pés um em cima e outro no chão a dançar, estatelava-se no chão e as gargalhadas dos putos não paravam.
Decidiu votar!!!! Pôs-se na fila de uma mesa de voto, e quando chegou a vez dele, a menina preta perguntou-lhe o nome e ele disse PENINHA de AZURARA MALFEITO DA VIDA de MENEZES.
Acrescentou que era descendente dos primeiros colonos em Angola, e a menina preta, não fez mais perguntas, e apresentou-lhe os diversos boletins de voto dos diferentes candidatos, e ele às cegas, escolheu um, e a menina preta, pegou-lhe no dedo indicador, molhou-o em tinta preta, e aplicou no boletim de voto a sua impressão digital.
( CONTINUA)
Sem comentários:
Enviar um comentário