domingo, 22 de fevereiro de 2015

O Syriza e as últimas semanas de negociações intensas com a União Europeia.


O facebook não é uma fonte totalmente segura do pensamento da maioria dos que por lá andam, é sabido.

Presta-se a dislates, a ódios e vinganças, a declarações extremistas exacerbadas, em cobardia ao exprimir o verdadeiro sentir, mas…no fundo vai deixando entrever tendências de pensamentos, carácteres, tomadas de posições e análises. 

Isto ainda é mais verdade no que à política diz respeito.

Vem isto a propósito do tema Syriza e das últimas semanas de negociações intensas com a União Europeia.

Os lados extremam-se, cantando vitórias e hossanas ou derrotas e vinganças.

Os únicos que me parecem mais serenos, são de facto o Primeiro-Ministro e o Ministro das Finanças gregos, pois sabem de tudo, conhecem a extensão exacta do conteúdo do que está em causa, as emoções à porta fechada que têm sido expressas e têm emitido comunicados profissionais e institucionais.

O resto, e nomeadamente aqui no burgo, são duelos verbais, eivados por um egoísmo feroz de olhar só para a sua capela, do ranger de dentes contra o amigo ou amiga, por ter uma posição diferente da sua, um ignorar completamente o que é a luta de um povo pela sobrevivência.

Nem falo já das consequências funestas e nefastas para os portugueses se isto correr mal para a Grécia.

Mas voltando atrás: não conseguem os radicais de direita ou de esquerda, perdoar aos gregos os maus passos do passado, o relaxe, o incumprimento, a ousadia de gastar sem limite? E saberão olhar para as culpas de quem emprestou sem, na devida altura, se ter acautelado? E conseguem ver que houve interesses económicos inconfessos da parte de credores e devedores? Comissões, vendas de submarinos, armas, automóveis, tecnologias…tudo impingido no pacote de ajuda como pré-condição?

Vejamos: um homem ou mulher infiel, relapso/a, foge aos deveres maritais, prostitui-se e entrega-se a uma vida desenfreada de uma forma inaceitável até que é ajudado/a por alguém que lhe agarra a mão e diz: pára. 

Há que mudar de caminho, há que recomeçar e tentar não perder tudo quanto nos juntou.

Perdão e dar uma nova chance, são palavras vãs? 

Claro, se calhar com mais paciência, permanência e entrega da outra parte: planos mais responsáveis e susceptíveis de poderem ser cumpridos…já se sabe, com sofrimento, com sacrifício, mas com o objectivo de valer a pena e voltar a viver.

E é isto, no fundo, nas nossas vidas como pessoas e Nações, se a ambição, a raiva e o ódio se sobrepõem à bondade, ao rigor, ao perdão e à oportunidade de recomeçar… a consequência é a guerra, a miséria, a devastação e a NÃO razão de existir.

E o que aqui digo não tem a ver só como a minha experiência de voluntário junto das prisões, mas claro que tem sido uma aprendizagem grande e profícua.

Os vapores do radicalismo, enjoam, enojam e cansam…são tendencialmente condutores a tiranias de direita e de esquerda. 

Queremos isso?

“O que eu faço, é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor.”
 

Madre Teresa de Calcutá

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