Se há coisa inevitável é o decurso da História. Dificilmente se poderá influenciar o seu desfecho com a segurança de que algum poder possa até ao limite, concretizar com rigor um seu qualquer projecto.
Vem isto a propósito das eleições na Grécia: o que tiver que acontecer, se produzirá.
Nem o Syriza sabe tudo nem pode prever quais os efeitos concretos da
sua eventual subida ao poder nem a União Europeia pode antecipar sanções
e retaliações, sem que primeiro as águas passem por debaixo das pontes!
Vai levar tempo, causar desilusões a uns e a outros, surpresas de traições pela sede do poder, incompreensões e impossibilidades de cumprir modelos pré-concebidos, pela elementar razão de que a natureza humana é incontrolável por uma simples e pragmática consequência: o desejo poderoso e irresistível da liberdade.
O povo grego está faminto, exangue e sem qualquer esperança num futuro aceitável. Pode-se discutir se não estará a pagar por tudo quanto os diferentes governos, que como sempre sem muita reflexão, elegeram, fizeram para chegar a esta situação: é verdade!
No entanto a memória dos homens é curta e o institinto de salvação “move montanhas” e o Syriza propõe um plano de vida menos sobrecarregado, mais livre de grilhetas e promete uma luta sem tréguas com os credores para que, sem deixarem de honrar as suas obrigações, possam, no entanto, suavizar o jugo da austeridade. É compreensível e colhe o aplauso e a concordância de grande parte do eleitorado. Não há argumentos académicos que consigam contrariar um sentimento de desespero que se sente na pele: o frio, a fome, o desemprego e o desânimo.
Por isso, creio que na Grécia o Syriza vai ganhar “tout simplement” de uma forma irreversível e serão os credores e a União Europeia que se terão de adaptar às novas circunstâncias, como aliás acontece nos países e na vida de cada um.
Há uma miríade de teorias políticas e económicas a favor e contra as diversas partes, mas quando se assiste nas notícias à distribuição de duas refeições diárias, a milhares de pessoas, na praça principal de Atenas, não há disfarce possível. A mudança é imparável.
Deveria ser motivo de reflexão para a Europa e para os nossos governantes: afinal para que são eleitos? Para servir, verbo que tem vindo ao longo dos anos a ser esquecido por muitos políticos.
MNA
Vai levar tempo, causar desilusões a uns e a outros, surpresas de traições pela sede do poder, incompreensões e impossibilidades de cumprir modelos pré-concebidos, pela elementar razão de que a natureza humana é incontrolável por uma simples e pragmática consequência: o desejo poderoso e irresistível da liberdade.
O povo grego está faminto, exangue e sem qualquer esperança num futuro aceitável. Pode-se discutir se não estará a pagar por tudo quanto os diferentes governos, que como sempre sem muita reflexão, elegeram, fizeram para chegar a esta situação: é verdade!
No entanto a memória dos homens é curta e o institinto de salvação “move montanhas” e o Syriza propõe um plano de vida menos sobrecarregado, mais livre de grilhetas e promete uma luta sem tréguas com os credores para que, sem deixarem de honrar as suas obrigações, possam, no entanto, suavizar o jugo da austeridade. É compreensível e colhe o aplauso e a concordância de grande parte do eleitorado. Não há argumentos académicos que consigam contrariar um sentimento de desespero que se sente na pele: o frio, a fome, o desemprego e o desânimo.
Por isso, creio que na Grécia o Syriza vai ganhar “tout simplement” de uma forma irreversível e serão os credores e a União Europeia que se terão de adaptar às novas circunstâncias, como aliás acontece nos países e na vida de cada um.
Há uma miríade de teorias políticas e económicas a favor e contra as diversas partes, mas quando se assiste nas notícias à distribuição de duas refeições diárias, a milhares de pessoas, na praça principal de Atenas, não há disfarce possível. A mudança é imparável.
Deveria ser motivo de reflexão para a Europa e para os nossos governantes: afinal para que são eleitos? Para servir, verbo que tem vindo ao longo dos anos a ser esquecido por muitos políticos.
MNA
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