Há quem tenha sorte na vida e quem não a tenha.
Eu tenho, graças a Deus e a muitos factores que a tornam variada, com altos e baixos, luzes e sombras, com gente boa e má, pontuada de actos irreflectidos causadores de consequências negativas como de acções generosas e espontâneas geradoras de satisfações nos outros.
Nem sempre se constata em profundidade como os "terceiros", englobando família directa, parentes, amigos e até desconhecidos nos podem influenciar e fazer sentir enormes sensações de prazer.
O gozo interior é nosso e só nós o sentimos e o conseguimos apreciar: pode este ser muito mais duradouro do que um simples clímax sexual, que é como dizia o poeta “ uma nuvem passageira…”, quand-même boa e que se pode repetir as vezes que se quiser.
Mas referia-me à sensação da alma, o calor que se sente cá dentro, que permanece e nos aquece e protege do infortúnio.
Quando digo que tenho sorte na vida, não quero com isto dizer que tudo me corre sempre bem e até estatisticamente nem sei se interessa quantificar os períodos de duração dessa felicidade, seja ela o que for.
Tem-se sorte quando num determinado momento se encontra o equilíbrio, a maturidade para ver claro e saber escolher, e mudar o curso das estrelas.
Ao ter-se uma vida mais longa, podemos descobrir um novo rumo numa fase mais adiantada, mas quando se morre de repente ou muito novo, raramente se teve esta oportunidade de corrigir a rota, excepto quando se é excepcional "ab initio", e há muita gente que o é.
Vem isto a propósito de me ter envolvido desde há um ano, em actividades de carácter social, o que já tinha ocorrido em novo, por isso tenho experiência, ainda que diferente.
E encontram-se pessoas impecáveis e desprovidas de vaidade ou sentimentos de ganância de poder, genuinamente interessadas em servir.
É um sector a que me quero dedicar para o resto da minha vida, sem embargo de poder ter uma vida profissional nos sectores que me interessam e só. Nem pensar em fazer fretes e trabalhar contrariado.
Imaginem como os meus sonhos, (se me sair o “el gordo”) são os de passar os dias a escrever no remanso de uma boa casa, confortável, de preferência com vista para o rio ou para o mar, ou também para o campo, ler muito, ouvir música, passear e ajudar os outros. Invejável, mas nada que se não possa obter se lutar para isso.
Tanto a dizer sobre a riqueza dos outros e tudo quanto nos podem dar e fazer-nos retribuir. O ruído exterior do mundo incomoda e castiga mas não podemos deixar de nos envolver no conhecimento da realidade para ajudarmos a recomeçar uma nova vida nas sociedades.
Não tenho nenhumas ambições políticas, pois o que já fiz no passado neste domínio, foi suficiente para saber de como o poder é fátuo. Mais importante, muito mais, é transformar a sociedade por dentro, alertando as consciências das pessoas para o que precisa de mudar e efectivamente lá chegar.
Depois, é entregar o poder a quem nos oferece condições de seriedade, competência e patriotismo para por os interesses da sua Pátria acima dos próprios.
Mas voltando ao sector da cidadania e inovação bem como de uma nova ordem/economia social, há muito para fazer e revolucionar e há tanta gente desmotivada que poderá encontrar neste sector uma nova esperança e oportunidade para prestar bons e necessários serviços à comunidade.