O final do ano é dado a emotivos testemunhos sobre o que se passou durante
365 dias e manifestações de esperança para o seguinte, que apenas vai começar.
Acho que a introspeção deve ser feita não no final do ano mas antes com frequência
e ao longo do mesmo, para evitar a acumulação de arrependimentos sobre atitudes
e actuações negativas que se tenham praticado
e por outro lado sentirmo-nos encorajados pelo bem, que a cada momento, tentamos
partilhar com os outros.
Mas, se conseguirmos focar a nossa atenção nos que nos rodeiam,
esquecendo-nos de nós próprios, a satisfação encontrada supera de longe a
recriminação que queiramos infligir-nos.
Há tanta gente para quem um novo ano não traz esperança de melhoria:
refiro-me aos presos, aos doentes em estado terminal ou muito grave, aos sós,
aos desempregados, aos pobres, aos soldados em guerras sem fim, às famílias que
perderam nesses conflitos pessoas queridas, aos perseguidos politicamente e por
crenças religiosas e a tantas outras pessoas que sofrem e assim continuarão no
próximo ano.
Tenho por isso para mim, que devemos para 2015, fixar-nos em pequenos
objectivos a cumprir para essas pessoas com quem interagimos, ao nosso nível,
sem vontade desmedida de abarcar lunaticamente o mundo todo.
O que se nos pede é que continuemos ou que iniciemos qualquer coisa de
palpável, concreto e realizável para que a transição de um para outro ano seja
realmente uma realidade no que se refere ao nosso compromisso para com
terceiros.
As nossas causas e as nossas lutas e cruzadas, têm que ser prosseguidas com
bom senso, realismo, com sensibilidade e estratégia, com o desejo último de
conseguir resultados, numa palavra: vencer!
Para isso é importante termos a noção exacta das nossas “forças” e
capacidades, a necessidade de trabalhar em equipa e a coragem de não desistir
nunca de “speak up” a verdade e entregar-nos sem medo à defesa daquilo por que
lutamos.
Não me refiro a quixotismos, nem a moinhos de vento!
Talvez até as nossas
vitórias pessoais e com terceiros, comecem a princípio por nos deixarmos
descobrir pelos outros e com surpresa e encantamento recebermos um retorno
caloroso, agradecido e potencialmente desmedido em esperança.
Por isso, apelo a que nos entreajudemos como cidadãos a mudar o curso do
nosso país, da nossa vida colectiva e pessoal e a de tanta gente que precisa de
nós.
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