Eu acho que há
assuntos em que os Pais poderão arcar com a maior parte da “carga” pesada em
relação aos filhos. Eu explico: a morte, a doença, a infelicidade conjugal,
coisas de tipo “duraço” que lhes possam ocorrer!
Naturalmente que
é preciso, por um lado que se seja um verdadeiro Pai, isto é, gostar-se dos
filhos e pelo outro, que os filhos sintam aquela affectio que torna possível uma relação verdadeira e real, de parentesco.
Morre-se novo, de desastres,
de desaires, inesperadamente.
Morre-se de
doença súbita, prolongada, com sofrimento, com resignação ou revolta, às vezes até demora
a acontecer.
"Morre-se" de
infelicidade por solidão, por falhanço de projectos de vida conjugal seja ela a
forma por que se possa revestir, ou por incompatibilidade de feitios, ou por
cansaço e desencontro, ou pura e simplesmente por falta de vocação para amar,
assim em sossego, em remanso, a dois.
Há quem ame
globalmente: O Papa Francisco, as freiras e frades de clausura, os incontinentes
sexuais, os servidores dos pobres e humildes de qualquer raça e religião ou
credo, os puros de coração.
Voltando aos “duraços”
dos Pais, eu acho que o nosso choro ou estoicismo em aguentar com boa
cara o que no íntimo está em pedaços, o “tenir” (verbo francês aqui aplicável)
tem a ver com o arcaboiço, com os ombros que os levaram ao colo, com os braços
que os pescaram do mar no meio de uma onda rebelde, com a voz firme ainda que
trémula que encoraja e com o ânimo com que se lhes fala de futuro, seja ele o
que lhes vier a ser destinado e com a duração e o conhecimento que, a experiência, nos adivinhar.
É como o rugby…não
me venham com tretas…há lá moche alguma
vez, com Mães! Ficavam feitas em papa!
Este suor e
sujidade da lama e da terra, esta força controlada de corpo contra corpo, é
disto que eu falo aqui e não em exclusividade de maior merecimento dos Pais.
A dor mais
contida, o pairar por cima da emoção quase incontrolável, parece-me, concede
aos Pais um papel de uma responsabilidade majorada no consolo nas aflições e no
refúgio de amparo, e também quando os filhos querem, a aceitação de algum conselho,
com humildade, mas com interesse e experiência.
Afinal, este
pequeno apontamento, para dizer como é gratificante, bom, e único ser-se Pai.
Muito bom!
ResponderEliminarMuito obrigado:-)
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