A
dor calada ensurdece os ouvidos. Mais do que as lágrimas ruidosas ou os
gritos de raiva, mais do que qualquer revolta que possa nascer com
palavras, ela fere de morte os que a sofrem. Ninguém à volta a ouve, é
como se não existisse, uma dor muda que fala para dentro, entorpece,
esmaga com um alfabeto de letras impossíveis de serem entendidas. São as
que ficam. Ao contrário das outras, que se resolvem com a paz dos
problemas, não terminam quando tudo parece estar bem. São amigas fiéis.
Dores mudas… para os outros.
Luís Osório
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