segunda-feira, 10 de setembro de 2018

cabelo da oportunidade


Ontem fui a Fátima com a minha irmã Teresa (Teteca) que é deficiente e aproveitei e levei a Teresa empregada cabo-verdiana que ficou radiante.

Depois de Fátima resolvi ir mostrar o Mosteiro da Batalha à Teresa empregada que ficou encantada. Sendo cabo-verdeana segundo me dizia nada disto existe lá e dizia-o com imenso candor, que Portugal era o país do mundo aonde havia mais coisas bonitas para ver. Dei por bem empregado o desvio.

Em Fátima, Missa, terço na capelinha e almoço num restaurante comigo,Teteca e Teresa. Muita sensibilidade. A Teteca comeu um bife, e eu escolhi para 2 pessoas um bacalhau à Brás que estava óptimo mas sobejou. Ela sugeriu para eu levar para casa e eu disse que quem mandava no carro era eu😂 e ia para ela e para a mãe dela. Ambas à sua maneira adoraram o passeio: Teteca e Teresa.

História que só acontece a pessoas simples: Na capelinha durante a recitação do terço por um padre, a Teresa estava na ponta longe de mim e entre a Teteca. De repente vejo uma senhora dar-lhe um terço novo numa caixa (first ever). Ficou radiante e agradeceu. Ao almoço explicou-me com a maior surpresa para mim que contava as contas dos mistérios do terço na asa grande de pele da carteira dela e era tão genuíno que a desconhecida não resistiu e deu-lhe um terço.

A Basílica da Santíssima Trindade é calma e a missa das 12h30m tinha pouca gente proporcionalmente e chegámos uns 20m antes.
Depois às 14 no terço na Capelinha tb estava mais silencioso.

Hoje estou em considerações espirituais dado o programa que fiz.

Recordo-me ter visitado em Roma há uns largos anos um convento de clausura. Por razões várias que aqui não são chamadas tive a sorte de entrar no claustro e de ter uma conversa com um monje novo na sua cela.

Estou a pensar escrever um conto sobre esta experiência invulgar.

Isto a propósito de ter conseguido meditar de olhos fechados e ouvidos "moucos" durante uns 20 minutos sobre as certezas e dúvidas da minha fé, dos meus planos para me preparar a qualquer altura para dois momentos rápidos e quase simultâneos: a minha morte e o esperado encontro com Deus. Tenho-O como um amigo que virá ao meu encontro ou vice-versa e finalmente se encontram. Esse é um dos meus grandes prazeres da minha fé. Mais importante do que todo o resto tão mesquinho e tão terreno.
Outra das minhas considerações foi a minha Família. São tantos e há tanto para fazer para a deixar unida que exigem de mim acção, exemplo, na perspectiva que sou neste momento o topo da pirâmide. E o exemplo de que falo é o do amor, da humildade para poder ser minimamente ouvido e ter tempo de poder chegar a tempo. É claro que me lembro sempre da minha Mãe deitar-se tarde e já exausta, pegar no terço e passado pouco tempo adormecer. Dizia -se nesses tempos que os anjos acabavam de rezar o terço, por ela.
Sempre achei um pensamento lindo e cómodo.

Por isso no meu caso o que desejo é querer chegar a todos para lhes falar de perdão, de não julgarem precipitadamente e de exercerem o amor concretamente nas coisas que custam mas que nos enchem de simplicidade e de grandeza.

Custa menos do que se pensa.

Dizem -me incréus, ateus, agnósticos que o tal Deus porque anseio encontrar-me um dia, não existe.

Nada impede que possa ter feito um esforço durante a vida terrena de praticar a paz e o amor.

Essas seriam como as medalhas que os oficiais generais levam em almofadas à frente dos caixões.

Gente grata, amada e mais feliz ao me saberem ter partido, mas não mais precisarem de mim.

Foi uma meditação à séria à Papa Francisco, confesso.

Convinha que a força de vontade para me organizar e perseverar viesse através de incentivos desde já do tal meu Amigo Deus de que tanto falo.

Nisto dei conta de ter ao meu lado uma inocente, pura e feliz da minha irmã deficiente para quem vai ser fácil cair nos braços de Deus e ao lado uma empregada cabo-verdiana que levei comigo a Fátima, o exemplo da bondade que procuro.

Não está mal para começo de exemplos a aprender em como progredir.

Sorte vou tendo em ter estes "cabelos de oportunidade", et pour cause, pois nem todos têm estes apelos para parar.

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