quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
Os braços eram somente feitos de nuvens
Um dia compreendeu como os seus braços eram somente feitos de nuvens.
Impossível com nuvens abraçar até ao fundo um corpo, uma sorte.
A sorte é redonda e conta lentamente as estrelas do estio.
Fazem falta uns braços seguros como o vento,
E como o mar um beijo.
Mas ele com os seus lábios, com os seus lábios não sabe dizer senão palavras, palavras até ao tecto, palavras até ao solo.
E os seus braços são nuvens que transformam
a vida em ar navegável.
Luis Cernuda
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