Luís era psiquiatra.
Desde muito novo gostava de se meter na vida dos outros, no bom sentido, é
claro.
Dava opiniões e bons conselhos aos amigos na escola, era ponderado e
observador e foi crescendo e inclinando-se para ser médico.
Ainda não sabia que
especialidade escolher até que quando teve que optar, decidiu-se por psiquiatria sem hesitação, por uma história que vou contar.
Tinha boa figura, alto,
magro, com mãos finas e dedos compridos, cabelo preto e um sorriso acolhedor,
uns olhos vivos e uma permanente actividade cerebral, fazendo e desfazendo
cenários.
Era de espírito aberto e
liberal, desempoeirado de ideias, sem preconceitos e um pouco desarrumado
quanto à sua pessoa, isto é, aparência e vestimenta. Eram detalhes secundários.
Um dia, ainda estudante,
e na Universidade, foi-lhe pedido pelo Professor da cadeira que simulasse um diagnóstico
psiquiátrico de uma suposta paciente.
Era de fóra e ninguém a
conhecia, por isso não havia hipóteses de truques. Este era o primeiro encontro com a turma aonde iria ser entrevistada por um aluno, que ainda não sabia quem seria.
Chamava-se Sandra, tinha uns
olhos verdes impressionantes, mas sobretudo uma boca de fazer parar o trânsito.
Beiços carnudos, corpo sensual e insinuante, um sorriso estudado, umas pernas bem
feitas que traçava com matreirice deixando ver as coxas até ao nível do
permitido pela decência, umas mãos bem tratadas e com unhas de côr-de-carne,
com um belo vestido que se colava ao busto e ao traseiro, fazendo ressaltá-los
convidativamente.
Luis tinha a ficha dela
com uns dados mínimos: insatisfação sexual com o companheiro, ansiedade,
descontrolo de comportamento, sentimento de culpa por infidelidades cometidas.
Os seus colegas-homens da
turma, diziam-lhe graças e animavam-no a tornar picante a sessão mas as colegas
femininas, esperavam com interesse que Luís se comportasse como um futuro
médico e profissional, pois era isso que lhe tinha sido pedido pelo professor.
(continua)
Nova história... e para quando um livro? Aguardo com carinho e vontade de ler.
ResponderEliminarForça!
Sempre,
Isabel