Nem sempre se é
bom Pai, mas tenta-se ser.
Nem sempre os
Filhos entendem os Pais, mas tentam-no ou gostavam de o fazer, se os Pais
estivessem disponíveis.
Nem sempre as
Mães ajudam tanto quanto podem os Filhos a amarem, respeitarem e compartilharem
a vida com os Pais, mas julgam que sim e andam distraídas em guardarem o afecto
dos Filhos só para si.
Os Pais têm mais
responsabilidades do que direitos: é cansativo ser-se bom Pai, pois implica
presença, atenção, carinho e ternura, preocupações na doença, no sofrimento
moral e físico, no desânimo, na desistência, no desencontro, na ingratidão, no
julgamento que os Filhos fazem das suas acções nem sempre de uma forma justa.
Os Pais têm
também muitas alegrias em relação aos Filhos, pelas suas vitórias, sucessos,
virtudes, capacidades de devolver o amor, pelo reconhecimento e o perdão dos
Filhos pelas suas faltas, pelo dom do prolongamento das gerações, pela serenidade que Filhos bondosos conseguem transmitir e proporcionar no final das vidas dos Pais,
transformando verdadeiros calvários em tranquilidade e alívio na doença e na preparação para
a morte.
Os Filhos podiam,
os que ainda não o fazem, expressar mais vezes e sem timidez os seus
sentimentos pelos Pais. Os Pais agradecem e gostam.
No meio de tudo
isto, eu acho que vale a pena ser Pai, e ser capaz interiormente de dar a vida
pelos Filhos, sem condições.
Neste dia do Pai,
haverá tantos que se culparão mais uma vez - ao verem em seu redor celebrar
esta efeméride - de não saberem ser Pais e o que perdem por não deixar que o
Amor triunfe sobre o rancor, a separação, as mil razões do afastamento, o
orgulho, a falta de dedicação que não proporcionaram aos Filhos, os espinhos
que envolvem o coração e o impedem de bater livre para os amar.
Ser Pai é
desempenhar a melhor profissão do mundo e ter a certeza de que só se vai para o
desemprego se se quiser.
Nos tempos que
correm, não é pouca coisa.
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