Aproveitei estes
dias de Páscoa para olhar um pouco para o estado da minha vida. Com este
turbilhão de acontecimentos que têm afligido o nosso país e a nossa sociedade,
naturalmente que a eles não sou alheio.
Primeiro, vários meus
amigos, daqueles de quem gosto mesmo, têm tido sérios e inesperados problemas de
saúde e estranhamente transversais a todas as idades. Temo por eles, sofro com eles,
alegro-me com eles e com os progressos que fazem. Fico a pensar que um dia me
pode acontecer a mim…
Depois, ter que continuar
a trabalhar “sem rede” num país insolúvel, quando devia legitimamente estar a
preparar-me para uma outra metade da vida em que a experiência adquirida, o
dinheiro honradamente ganho e aforrado, me desse tempo para outras coisas,
aligeirando as responsabilidades profissionais, preocupa-me e estremeço com a
fragilidade da estabilidade política e social do mundo, da Europa e da minha
terra.
Continuo a prezar
o diálogo, a concórdia, a paz e a tolerância para a solução de tantos problemas
que nos afligem tanto ao nível pessoal como em comunidade. Nem sempre é fácil,
nem se encontra reciprocidade, mas não se pode desistir. Pode-se sim, ter dias
mais tristes e menos ensoleirados, mas a esperança de um novo encontro, deve
animar-nos.
Finalmente,
depois de algum tempo de certezas e incertezas, apraz-me ter, recentemente e com
a eleição do novo Papa, refrescado as minhas convicções e criado dentro de mim um coração mais aberto
a escutar e a olhar para os valores que tão bem, com tanta simplicidade e com
um ritmo vertiginoso de intensidade, vai convertendo quem, na tormenta, tende a
soçobrar de vez em quando.
Como dizia a
minha Mãe, quando é preciso, há sempre uma bolsa de “libras” que cai súbita e
inesperadamente sobre as nossas cabeças e ajuda a desemaranhar os novelos. Por
enquanto, têm vindo em abundância “graças” que ao profusamente se espalharem sobre mim, preparam o terreno para a lavra.
Esperemos com confiança
pela safra da nova Primavera que agora começa!
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