sábado, 23 de outubro de 2010
A insatisfação
A insatisfação norteia as nossas vidas.
Há pessoas que precisam do tédio para sobreviver. Uma rotina, por assim dizer. Um quotidiano previsível que nos faz sentir que controlamos os acontecimentos do dia a dia. Tudo provável. Nada de surpresas. Nem más, nem boas.
Mas a maioria das pessoas cria subterfúgios para fintar o tédio. O que as diferencia são as ferramentas que utilizam como válvulas de escape. Há uns que recorrem às drogas. Em pouco tempo a droga escolhida transforma-se em tédio. Então recorrem a outra. E assim por diante.
Há quem prefira mudar de namorada cada mês ou por trimestre ou ao ano. Outros mudam de cidade como ciganos. E há os que recorrem à criatividade. Inventam eventos.
Reinventam-se ou através do trabalho, ou por meio de fantasias. Pintam um quadro, escrevem um livro, fazem um filme. Procuram obras que expressem as suas variações de humor, que enfrentem o quotidiano sem surpresas. Procuram músicas que os transportem para outro universo.
Viajam, correm, fazem um trabalho voluntário.
Estamos sempre a tentar sair da “caverna do Platão”, aquele território mais do que conhecido e explorado, ao qual sempre acabamos por voltar depois de cada aventura.
O que vale é a eterna busca para fugir à insatisfação.
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Gostei muito deste texto...
ResponderEliminar... o que fazemos para fugir à insatisfação!
Abraço, Manuel!