quinta-feira, 11 de outubro de 2018

OS REFORMADOS


Quando passei por ele ( teria uns 55) estava sentado numa cadeira do shopping mall com uma cara sem expressão e com um olhar vazio.
Fiquei a observá-lo uns momentos e nada mudou.
Como ele encontro muitos, mas muitos a vaguearem pelos parques e jardins pela Baixa sem rumo a matarem as horas.
São os reformados. Nada se faz por eles. Estou seguro que muitos deles preferiam morrer ou matarem-se.
Li hoje no Público que o FMI nos classifica dentro dos países pobres.
Somos pobres porque elegemos maus governantes cuja maioria são corruptos, incompetentes e incultos.
Por isso há empresas e grupos grandes que vão à falência arrastando milhares de quadros executivos sérios, competentes e reformados. Entre o desemprego e a reforma nestes casos o Estado não paga nada, nem ninguém.
Mas somos um povo preguiçoso, egoísta e casmurro: para os bons e sérios e competentes é preciso um novo maremoto pois continuam a eleger os mesmos sem darem o corpo ao manifesto e passam a vida a queixarem-se nos salões ou nos bares.
Somos de facto um povo pobre e de velhos e de pré-reformados sem nada para fazerem.
Era isto, estou seguro, que desesperava este como muitos mais.

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