Na crítica de arte impera, invariavelmente, um tipo de escrita que não me interessa nada. Que não interessa nada ao público leigo, no qual me incluo, que tem apenas como ferramenta básica a sua sensibilidade e o seu ponto de vista pessoal que oscila entre o "gosto" e o "não gosto".
A grande maioria dos críticos de arte escreve de um modo rebuscado, com uma linguagem demasiado hermética que só é inteligível para uma minoria: ele próprio e talvez a meia dúzia de amigos que escreve do mesmo modo.
O divórcio entre o público e a arte deve-se em parte a muitos textos
críticos que só servem para complicar aquilo que, no fundo, é simples.
Depois de se ter lido a crítica fica-se com a sensação de não se ter
percebido nada. Em vez de aproximar o público, afasta-o.
Além disso, é muito difícil que uma crítica não seja um exercício de vaidade do seu autor, um elogio a um amigo, um piscar de olho a um interesse qualquer ou, não raras vezes, para rebaixar a obra de arte e o artista.
Se me atrevesse a escrever uma linha crítica sobre arte seria sempre para dizer bem de algo. Por norma os artistas sofrem muito para criar. Trata-se de horas e horas de trabalho duro e solitário, para depois vir um crítico arrasar todo o esforço e sacrifício com um texto.
Pablo Picasso, farto da insistente pergunta da crítica e do público, que toda a vida o perseguiu, para saber qual “a verdade” contida nas suas pinturas, um dia respondeu: «Toda a gente quer entender a arte. E porque não tentar entender o canto dos passarinhos? Por que razão se pode amar a noite, as flores e tudo à nossa volta, sem tentar compreender? Mas, no caso da pintura, as pessoas teimam em compreender.»
Não é necessário “compreender” a arte para a fruir. Não é preciso ser um conhecedor de arte para se ser recetivo à arte, para se sentir tocado por ela, para se comover com ela. Uma obra de arte vale por si própria e não carece de crítica para deleitar ou impressionar o público. Mal vai a obra que precise desse suporte…
A ambição do artista não é ser explicado, é ser visto e apreciado.
Paulo Marques
Além disso, é muito difícil que uma crítica não seja um exercício de vaidade do seu autor, um elogio a um amigo, um piscar de olho a um interesse qualquer ou, não raras vezes, para rebaixar a obra de arte e o artista.
Se me atrevesse a escrever uma linha crítica sobre arte seria sempre para dizer bem de algo. Por norma os artistas sofrem muito para criar. Trata-se de horas e horas de trabalho duro e solitário, para depois vir um crítico arrasar todo o esforço e sacrifício com um texto.
Pablo Picasso, farto da insistente pergunta da crítica e do público, que toda a vida o perseguiu, para saber qual “a verdade” contida nas suas pinturas, um dia respondeu: «Toda a gente quer entender a arte. E porque não tentar entender o canto dos passarinhos? Por que razão se pode amar a noite, as flores e tudo à nossa volta, sem tentar compreender? Mas, no caso da pintura, as pessoas teimam em compreender.»
Não é necessário “compreender” a arte para a fruir. Não é preciso ser um conhecedor de arte para se ser recetivo à arte, para se sentir tocado por ela, para se comover com ela. Uma obra de arte vale por si própria e não carece de crítica para deleitar ou impressionar o público. Mal vai a obra que precise desse suporte…
A ambição do artista não é ser explicado, é ser visto e apreciado.
Paulo Marques
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