sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Carta ao meu primo Luís Bernardo na rentrée

Meu Querido Luís Bernardo,

Tu desculpa-me esta minha ausência de notícias mas tenho que te confessar que tenho tido preguiça de te escrever. Ando enervado, um pouco tenso e as coisas por cá, e não me refiro só aqui em Portugal, andam conturbadas. Agora mesmo leio que o Putin ameaça veladamente com uma 3ª guerra mundial!

Já sabes que sou rigoroso no que selecciono para as nossas cartas e não me tem ocorrido assim nada de muito interessante.

Pegando na palavra “interessante” e transpondo-a para a vida de cada um, como é difícil lutar para que cada dia seja diferente do anterior! Já sabes que detesto a rotina e que tenho conseguido ter uma vida bem variada.

Hoje apetece-me ouvir-te falar-me sobre o amor, este sentimento que é tão multifacetado e tão subjectivo. – que maravilha o que estou a ouvir neste preciso momento: Alberniz – Estudios para piano, Op 65, B 11 Tango.

O meu ipod tem bastante qualidade e muita memória, por isso guardo cerca de 12.000 músicas de todo o tipo, e é um deleite poder escolher dentro de uma tão grande variedade…Agora Liszt – Lieberstraume In A-Flat . O Lieb, So Lang Du Lieben Kannst.

O amor vai e vem, os dias mudam a tonalidade, a intensidade e a constância. Qualquer acontecimento, por mais singelo que seja, influi no equilíbrio e na vontade.

Porque será que é mais fácil sentir-se a vibração do amor quando o ser amado está longe? É um misto de dor/prazer mas o sentimento está bem definido e sabemos distinguir um do outro.

E refiro-me ao amor dos esposos, dos companheiros, dos namorados, dos filhos, dos pais, dos avós e por aí adiante. Não é tanto o amor carnal, é mais aquele que é cantado pelos poetas, de que se dizia que se morria de amor…

Hoje em dia raros devem ser aqueles que suspiram, sofrem e morrem de amor.

Fico a aguardar os teus sempre desejados comentários.

Do primo muito afeiçoado

Manuel

Sem comentários:

Enviar um comentário