domingo, 31 de janeiro de 2016

Na morte do Luís, um amigo dos Orientes - Considerações breves

MORTE DE UM AMIGO - Considerações breves

Morreu ontem um amigo dos meus tempos do Oriente. Foi um herói pois sofreu muito mas teve sempre um acompanhamento impecável da Mulher e das filhas.

Fui hoje à missa de corpo presente seguida de enterro.

Capela encafuada, cheia de gente, irrespirável e com alguma "conversata" entre as pessoas enquanto não começava a missa.


Fiquei a pensar que para ele começou o fim do sofrimento e a tal paz que ansiamos em vida.
No fundo é um corpo que ali se encontra e que começou já em decomposição. Como foi cremado tornou-se em cinza pó e nada.

Ficam as memórias de tempos passados e da amizade que soube partilhar com todos. Umas pessoas têm mais qualidades do que outras, mas já pouco importa quando se morre em fazer grandes elogios fúnebres. Somos todos iguais e o esquecimento virá para 90% das pessoas que ali estavam, excepto talvez para a família próxima.

Nem sempre para todas as famílias, outras há que já esqueceram as pessoas em vida.

Os salmos da liturgia dos defuntos são pueris e fantasiosos: anjos que vêm buscar a alma e que a levam para o resplendor da luz perpétua. Bonito de se ouvir, mas tão difícil de acreditar!

Pelo menos nunca ninguém veio dizer como é, se eventualmente é!

As leituras falam de um Deus misericordioso que perdoa todos os pecados: Assim sendo, porque as escrituras falam de labaredas e inferno e até de purgatório e de julgamento final?

Um grande contra-senso que tenho para mim serem construções administrativas da Igreja sem qualquer fundamento teológico a não ser o de disciplinar os Homens para que a vida na terra seja minimamente decente e organizada. Tudo é fruto de Concílios, cujos participantes eram e são Homens.

O mesmo se passa com outras religiões: têm sempre um conjunto de regras “clubísticas” rígidas que fazem os fiéis depender e ficarem influenciados/atemorizados com a ruptura!

Pois se até tarde na minha formação religiosa, não sabia que os Evangelhos NÃO tinham sido escritos pelos apóstolos que os subscreveram…morreram 50 anos antes do aparecimento deles!

Quem conta um conto acrescenta um ponto.

No outro dia, alguém não-católico, perguntava-me em que língua tinha falado a Nossa Senhora de Fátima aos pastorinhos boçais e iletrados? E o manto era de seda crua bordado a pedrarias? Da CASA BATALHA que existe em Portugal, no ramo, desde o final do século XVIII? Passou-se em 1917!

Claro, todas estes apontamentos são perturbadores para quem gosta de tapar os ouvidos e não pensar!

Eu gosto de pensar ainda que com seriedade e vontade de encontrar as respostas.

Tudo isto a propósito da morte de um Amigo. Fico contente que finalmente tenha deixado de sofrer.

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