Na cultura portuguesa de desconfiança, dizer mal
é prova de independência e dizer bem é prova de patrocínio.
Elogiar
é o trabalho mais difícil e necessário que há. No meio de tanta merda -
e de vidas tão curtas - dizer bem do que é bom (e se pagou sem favores
ou descontos) é um acto de generosidade. Cede e partilha: aproveitem
esta oportunidade que seria melhor quanto menos fossem as pessoas a
conhecê-la.Já me ofereceram pouco dinheiro (10 mil euros) para fazer publicidade (da Sagres e da Netcabo) mas nunca me deixei corromper. Mesmo se fossem 10 milhões de euros jamais prescindiria da única coisa valiosa que tenho, para além do meu talento: a minha independência que, longe de ser um sacrifício, é o meu ganha-pão.
Dizer mal é fácil e, por ser quase sempre justo, junta muitas mãos na posição (e atitude) de suplicante.
Dizer bem é mais perigoso mas arrisca mais para ser útil para os outros.
É verdade que umas poucas empresas (no máximo 4, ao longo da minha longa vida) mandaram-me mercadorias boas depois de terem sido pagas e muito friamente elogiadas por mim.
Malcriadamente aceito e não agradeço. A minha liberdade, honestidade e dignidade são as únicas coisas que tenho para mostrar que mereço que acreditem em mim.
O resto é corrupção, subornos e angariações de influências.
A única pureza que subsiste é a verdade descontrolada das nossas almas.
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