Tive
um combóio eléctrico em pequenino e adorava construir as estações, os
prados, as montanhas e os vales, os rios e os lagos, as pessoas e as
casas e tudo me parecia tão real.
Acabou por estar sempre montado, mas eu arranjava maneira de mudar sempre qualquer coisa.
E lá partia eu de malas aviadas para sítios imaginários e enquanto ele rodopiava e até fazia um certo fumo e apitava, ficava a olhar perdido nos meus sonhos de menino sem grandes conhecimentos ainda do que era de facto uma viagem para o mundo real.
Lembro-me que com o comando, fazia-o parar nas estações e até deixava que uma cancela abrisse e uma carroça puxada por um burro atravessasse a linha sem perigo.
E no Natal a família dava-me presentes de novas peças: às vezes uns parentes vindos de Londres, traziam-me verdadeiras preciosidades do Hamley’s em Regent Street, que visitei mais tarde, mas sem o encanto da meninice.
E ainda hoje adoro andar de comboio!
Será que se pode escolher o meio de transporte para ir para o paraíso?
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